Desenho e Topografia: Tipos Existentes?
Quando se fala em desenho e topografia é normal ter-se uma série de dúvidas.
Por exemplo:
- O que é um desenho topográfico;
- Qual a legislação a respeito do assunto;
- Quais os diferentes tipos de planta topográfica existentes;
- Qual a escala que um desenho topográfico deve ter.
Se você possui alguma destas dúvidas, leia este artigo atentamente. Isso porque com a leitura do mesmo você aprenderá inclusive quais são os diferentes métodos de levantamento de dados existentes e as plantas topográficas resultantes dos mesmos.
Desenho e topografia – O que é um desenho topográfico?
O Desenho Topográfico consiste na representação fiel do terreno em planta, com seus acidentes naturais, hidrografia, uso do solo, benfeitorias, bem como todos os elementos relevantes para atender a finalidade do levantamento (fonte: LTG/PTR/EPUSP).
Divisões da Topografia
Para entender melhor os diferentes tipos de desenho topográfico existentes, precisamos entender as diferentes divisões da topografia.
A topografia se divide em Topologia e topometria.
A topologia estuda as formas do terreno topográfico e as leis que regem as mesmas.
Já a topometria estuda os processos de medição de distâncias, ângulos e desníveis. O objetivo da mesma é a determinação de posições relativas de pontos.
A topometria se divide em planimetria e altimetria, sendo que as mesmas podem ser unidas em um mesmo levantamento, resultando no que é chamado de levantamento planialtimétrico.
Desenho e topografia – Representação da superfície topográfica
A topometria, através da utilização de coordenadas ortogonais referenciadas ao plano topográfico, possibilita a abstração dos dados da superfície topográfica para o universo do mundo computacional.
No universo do mundo computacional, utiliza-se plantas topográficas para a representação dos dados. Plantas estas que podem ser:
- Planimétricas;
- planialtimétricas;
- Ou planialtimétricas cadastrais.
O que diferencia as plantas planialtimétricas da plantas planimétricas é que as mesmas possuem curvas de níveis.
Já as plantas planialtimétricas cadastrais, além das diferentes medidas lineares e angulares, também possuem a representação das feições naturais e artificiais existentes ao nível e acima do solo.
Se o levantamento for apenas altimétrico, não resultará em uma planta e sim em uma planilha com as diferenças de níveis.
Formas de representação do relevo
Na realidade, quando se fala em desenho e topografia, existem diferentes maneiras de se representar determinada fração de terras.
Tal representação pode ser feita através da utilização de:
- Pontos cotados;
- Perfis e seções transversais e;
- Curvas de níveis.
Ou seja, dependendo do objetivo, o profissional irá utilizar técnicas especificas para abstrair informações topográficas.
Informações estas que podem dar origem a planilhas, gráficos, representações ou plantas.
Por exemplo, se o que o profissional quer é apenas um perfil de determinada fração de terras, não tem porque produzir uma planta.
Já se o que o mesmo quer é fazer um levantamento de um lote urbano para fins de desmembramento do mesmo, a legislação exige que o mesmo produza plantas topográficas.
Desenho e topografia – Legislação a respeito do tema
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para desenho topográfico final (ou desenho final):
Peça gráfica realizada, a partir do original topográfico, sobre base transparente, dimensionalmente estável (poliéster ou similar), quadriculada previamente, em formato definido nas NBR 8196, NBR 8402, NBR 8403, NBR 10068, NBR 10126, NBR 10582 e NBR 10647, com área útil adequada à representação do levantamento topográfico, comportando, ainda, moldura e identificadores segundo modelo definido pela destinação do levantamento.
No caso, as NBRs mencionadas são as diferentes NBRS de desenho técnico, sendo que toda planta topográfica deve levar as mesmas em consideração.
Um desenho topográfico nada mais é do que uma representação fiel do terreno em uma planta topográfica. Sendo que o desenho topográfico deve possuir:
- Os acidentes naturais;
- A hidrografia;
- Os usos do solo;
- As benfeitorias e;
- Todo e qualquer elemento relevante para atender a finalidade do levantamento.
Na realidade, o tipo de levantamento topográfico que está sendo realizado é que dirá quais elementos que a planta topográfica deve ter.
Qual escala que um desenho topográfico deve ter
Para entendermos qual a escala que uma planta deve ter, devemos entender o que é uma planta e qual a diferença entre plantas e mapa.
Isso porque a escala que um desenho topográfico deve ter dependerá do objetivo do mesmo. De certa maneira que quando se fala em desenho e topografia, dependendo do objetivo do levantamento topográfico, o profissional produzirá uma planta ou mapa.
Desenho e topografia – O que é uma planta de topografia
A NBR 13.133 trás a seguinte definição para planta:
Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano horizontal local, em escalas maiores que 1:10000, para fins específicos, na qual não se considera a curvatura da Terra.
Ou seja, uma planta de terreno deve possui uma escala grande, que segundo a NBR 13.133 deve ser superior a 1:10.000.
As escalas normalmente utilizadas na representação de plantas de lotes urbanos são:
- 1:250;
- 1:500 e;
- 1:1.000.
Já para a representação de áreas rurais é normal utilizar-se escalas de:
- 1: 1.000;
- 1:2.500;
- 1:5.000 e;
- 1:10.000.
Desenho e topografia – O que são mapas e cartas
Além de plantas, que devem possuir escalas grandes, quando se fala em desenho e topografia, também existem mapeamentos que dão origem a produtos topográficos de escalas pequenas. Ou seja, a mapas e cartas topográficas.
Um exemplo de carta topográfica é a carta do Brasil o milionésimo. A mesma foi utilizada no mapeamento sistemático nacional, sendo que seu objetivo foi gerar dados e produtos que possibilitassem o conhecimento da topografia nacional.
Veja abaixo as articulações da carta do Brasil ao milionésimo:
- 1:500.000;
- 1:250.000;
- 1:100.000;
- 1:50.000;
- 1:25.000;
- etc.
No caso, a NBR 13.133 trás o seguinte conceito para carta ou mapa:
Representação gráfica sobre uma superfície plana, dos detalhes físicos, naturais e artificiais, de parte ou de toda a superfície terrestre – mediante símbolos ou convenções e meios de orientação indicados, que permitem a avaliação das distâncias, a orientação das direções e a localização geográfica de pontos, áreas e detalhes -, podendo ser subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional. Esta representação em escalas médias e pequenas leva em consideração a curvatura da Terra, dentro da mais rigorosa localização possível relacionada a um sistema de referência de coordenadas. A carta também pode constituir-se numa representação sucinta de detalhes terrestres, destacando, omitindo ou generalizando certos detalhes para satisfazer requisitos específicos. A classe de informações, que uma carta, ou mapa, se propõe a fornecer, é indicada, freqüentemente, sob a forma adjetiva, para diferenciação de outros tipos, como, por exemplo, carta aeronáutica, carta náutica, mapa de comunicação, mapa geológico.
Perceba que a diferença entre uma planta e um mapa é que ao ter uma escala grande, a planta não faz a generalização dos dados.
Um mapa, por outro lado, ao fazer a representação de áreas maiores, precisa utilizar uma escala pequena, o que acaba fazendo com que o mapa destaque, omita ou generalize dados.
Diferença entre escala grande e pequena
A diferença entre uma escala cartográfica grande e pequena é algo que a maioria dos profissionais não consegue entender, pois é justamente o contrário do que o fator de escala.
Isso acontece porque esta diferença é obtida através da divisão do numerador pelo denominador.
Ou seja, quanto maior o denominador, menor será a escala.
Por exemplo, considerando 2 escalas, 1:1.000 e 1:50.000, a primeira divisão resultará no valor 0,0010 e a segunda divisão, resultará no valor 0,00020. Perceba que o primeiro valor é maior do que o segundo.
Ou seja, a escala de 1:1.000 é maior do que a escala 1:50.000.
Os 6 diferentes tipos de levantamento topográficos existentes
Quando se fala em desenho e topografia, existem 6 diferentes tipos de levantamentos topográficos, sendo que conforme mencionei anteriormente, o método de levantamento topográfico adotado definirá quais elementos naturais e/ou artificiais que a planta deve ter.
No caso, a NBR 13.133 trás o seguinte conceito para levantamento topográfico:
Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com eqüidistância também predeterminada e/ou pontos cotados.
Ou seja, todo levantamento topográfico deve possuir 2 etapas:
- Implantação e materialização de pontos de apoio no terreno;
- Levantamento dos dados propriamente ditos.
Sendo que posteriormente, será produzida a planta, a qual terá o desenho topográfico.
Seguem os 6 diferentes métodos de levantamento de dados existentes.
Desenho e topografia – Levantamento topográfico expedito
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o mesmo:
Levantamento exploratório do terreno com a finalidade específica de seu reconhecimento, sem prevalecerem os critérios de exatidão.
O levantamento topográfico expedito possui como objetivo apenas o reconhecimento do terreno.
Levantamento topográfico planimétrico
O levantamento topográfico planimétrico também é conhecido como levantamento planimétrico ou levantamento perimétrico. A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o mesmo:
Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela determinação do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou logradouro com o qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua amarração a pontos materializados no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos notáveis e estáveis nas suas imediações. Quando este levantamento se destinar à identificação dominial do imóvel, são necessários outros elementos complementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc.
Na imagem abaixo você pode ver um exemplo de planta oriunda de um levantamento topográfico planimétrico. Perceba que a mesma possui as diferentes distâncias e mudanças de ângulo.
Desenho e topografia – Levantamento topográfico altimétrico
O levantamento topográfico altimétrico também é conhecido como nivelamento, sendo que a NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o mesmo:
Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada.
Levantamento topográfico planialtimétrico
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o levantamento topográfico planialtimétrico:
Levantamento topográfico planimétrico acrescido da determinação altimétrica do relevo do terreno e da drenagem natural.
Uma planta topográfica planialtimétrica é uma planta cujo desenho topográfico, além dos elementos planimétricos, também possui os elementos altimétricos.
Desenho e topografia, segue um exemplo de planta com um desenho topográfico planialtimétrico:
Levantamento topográfico planimétrico cadastral
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o levantamento topográfico planimétrico cadastral:
Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua finalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas internas, edificações, benfeitorias, posteamentos, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e artificial, etc. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução.
Ou seja, uma planta topográfica planimétrica cadastral além das distâncias e mudanças de ângulo, também possui a representação dos diferentes elementos naturais e/ou artificiais de interesse.
Desenho e topografia, segue um exemplo de planta com um desenho planimétrico cadastral:
Fonte: https://sgtopografia.com.br/
Desenho e topografia – Levantamento topográfico planialtimétrico cadastral
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o levantamento topográfico planialtimétrico cadastral:
Levantamento topográfico planialtimétrico acrescido dos elementos planimétricos inerentes ao levantamento planimétrico cadastral, que devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução.
Ou seja, uma planta planialtimétrica cadastral possui os elementos planimétricos, os elementos altimétricos e, também, os diferentes elementos naturais e/ou artificiais de interesse.
Segue um exemplo de planta com um desenho topográfico planialtimétrico cadastral:
Desenho e topografia – Levantamento de detalhes
O que definirá qual dos diferentes métodos de levantamento topográfico que será utilizado será o objetivo pelo qual o mesmo se faz necessário.
Por exemplo, se o objetivo do levantamento topográfico é o cálculo da área e do perímetro de um imóvel rural, o aconselhável é que se utilize um levantamento topográfico planimétrico.
Já se objetivo do levantamento dos dados é a construção de uma obra de engenharia, onde que o engenheiro precisa conhecer a altimetria do terreno e também os diferentes elementos artificiais e naturais existentes no mesmo, o aconselhável é que seja realizado um levantamento topográfico planialtimétrico cadastral.
No caso, a NBR 13.133 define levantamento de detalhes como:
Conjunto de operações topográficas clássicas (poligonais, irradiações, interseções, ou por ordenadas sobre uma linha-base), destinado à determinação das posições planimétrica e/ou altimétrica dos pontos, que vão permitir a representação do terreno a ser levantado topograficamente a partir do apoio topográfico. Estas operações podem conduzir, simultaneamente, à obtenção da planimetria e da altimetria, ou então, separadamente, se condições especiais do terreno ou exigências do levantamento obrigarem à separação.
Ou seja, em etapa prévia a obtenção de dados, o Agrimensor precisa definir quais serão os elementos que precisam ser mapeados.
Vídeo a respeito do assunto.
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Plantas topográficas
1 – Plantas Para Processos de Georreferenciamento de Imóveis Rurais
2 – Planta de Área
3 – Planta de Lote Urbano
4 – Planta Para a Retificação de Área
5 – Plantas Para Projetos de Divisão de Área
6 – Planta Para a Divisão de Área Pela Área Útil
7 – Planta Planialtimétrica
8 – Planta Planialtimétrica Cadastral
9 – Plantas Para Processo de Sucessão
10 – Planta a Partir de Dados Obtidos Com Estação Total
11 – Planta de Situação Para Projetos de Loteamento
Desenho e topografia – Plantas e Croquis Para Projetos de Licenciamento Ambiental
12 – Croqui de Acesso
13 – Planta Baixa da Área a Ser Licenciada
Plantas e Croquis Para Projetos de Crédito Rural
14 – Croqui de Acesso e Localização Para Projetos de Crédito Rural
15 – Planta Das Áreas Alvo do Projeto de Crédito Rural
Bônus que você ganhará juntamente com o curso
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- Bônus 1 – Apostila AutoCAD Para Topografia Cadastral;
- Bônus 2 – E-book Planta Topográfica;
- Bônus 3 – Interpetração de Matrícula;
- Bônus 4 – Layouts Formatos A0 o A4;
- Bônus 5 – Box com Hachuras, Rotinas Lisps, Blocos e Setas do AutoCAD;
- Bônus 6 – Curso de DataGeosis e;
- Bônus 7 – Curso de Topografia no Civil 3D.
Escolha uma das 2 alternativas abaixo:
Ou: