Mapeamento Com Drones?
Se você quer aprender a realizar mapeamento com drones, precisa ler este artigo atentamente. Isso porque você acabou de colocar suas 2 mãos em uma poderosa mina de conhecimentos.
Nas próximas linhas eu irei abrir meu baú do tesouro e mostrar para você as exatas 7 etapas do mapeamento com drones.
Prossiga com máxima atenção.
Etapa 1 – Planejamento do voo
Um dos grandes segredos de um mapeamento com drones realizado com hesito encontra-se em você fazer um planejamento cirúrgico, identificando e eliminando as diferentes fontes de erro.
Nesta primeira etapa, você:
1 – Analisará as características planialtimétricas da área de estudos;
2 – Analisará como o clima estará no momento do voo;
3 – Delimitará o perímetro da área que será mapeada.
O ideal é que assim que seu cliente diga sim para sua oferta, você abra o Google earth e faça uma análise minuciosa com a ajuda do mesmo.
É importante que seu cliente mostre para você os limites da área que será mapeada e que você ainda na presença do mesmo, faça a delimitação do perímetro da propriedade. Perímetro este que você salvará no formato KML.
Caso você não consiga se reunir com seu cliente para fazer a delimitação do perímetro da propriedade, solicite que o mesmo lhe envie o perímetro da mesma no formato KML.
Mapeamento com drones – Não cometa este erro
Lembrando que existe uma série de informações que são essenciais, viabilizando ou não o mapeamento com drones.
Por exemplo, se o objetivo do mapeamento é a obtenção de um modelo digital do terreno, porém a área esteja coberta por vegetação nativa formada por árvores, não será possível utilizar-se um drone para o levantamento da mesma.
Isso porque provavelmente a quantidade de dados obtidos a nível do solo não seja suficiente para a criação de um bom modelo digital do terreno.
Lembre-se que o drone voa acima do dossel, obtendo um modelo digital de elevação, sendo que se faz necessária a utilização de algoritmos específicos, os quais excluem os dados referentes a vegetação e demais estruturas, ficando apenas com os dados mapeados a nível de terreno.
Porém, se a área tem grande parte de sua extensão coberta por vegetação ou elementos artificiais, provavelmente a utilização de drones não seja a melhor opção.
Nestes casos, você deve utilizar estações totais ou receptores GNSS.
Mapeamento com drones – Outras informações importantes referentes a área que será mapeada
Um outro cuidado importante que você precisa ter é realizar uma análise cuidadosa da altimetria do terreno, cuidando se o mesmo é plano, ou se possui uma topografia acidentada.
Isso porque esta informação ajudará você a definir como os pontos de controle serão distribuídos na área que será mapeada.
Busque identificar também:
- Qual o melhor local para a decolagem e pouso do drone e;
- Elementos naturais que sirvam de ponto de controle ou, se for o caso, os locais nos quais você colocará pontos de controle artificiais.
Veja também a previsão do tempo para o momento em que o voo será realizado, cuidando qual a direção e a velocidade do vento.
Sabendo qual drone irá utilizar e a aplicação a qual o voo se destina, determine qual a velocidade de voo e o grau de sobreposição necessário para as imagens.
Lembrando que a câmera utilizada precisa ter uma qualidade de pelo menos 12 megapixels.
Enfim, perceba que um bom planejamento do voo evita que você tenha surpresas desagradáveis nas etapas seguintes. Muito mais do que isso, que o mapeamento com drones necessita de uma grande carga de conhecimentos técnicos.
Que diferentemente do que a maioria das pessoas acredita, o mapeamento com drones demanda uma grande quantidade de tempo, não sendo algo simples e muito menos trivial.
Caso deseje dominar o assunto, aprendendo a prestar serviços de mapeamento com drones com grande velocidade e com segurança, aconselho que você conheça nosso Curso Topografia Com Drones.
No mesmo, você aprenderá através de um exemplo prático, o passo a passo da realização de mapeamentos com drone, aprendendo inclusive a gerar os diferentes produtos fotogramétricos.
Pergunta Ninja que você precisa se fazer
O grande segredo para você não cometer erros, prestando serviços com segurança, está em você se questionar, buscando identificar e eliminar possíveis fontes de erro o mais rápido possível.
Tem uma pergunta que ajudará você neste processo. No caso, me refiro a pergunta:
O que é que pode dar errado?
Ou seja, conforme presta o serviço você deve se fazer esta pergunta, buscando identificar possíveis fontes de erro.
Com isso, você identificará os pontos críticos, identificando e eliminando as diferentes fontes de erro.
Caso você deseje aprender mais sobre o assunto, aprendendo a fazer um planejamento de voo poderoso, aconselho que leia este artigo. No mesmo eu abordo esta temática de maneira cirúrgica.
Mapeamento com drone – Etapa 2 – Criação do plano de voo
O conhecimento obtido ao fazer a análise da área que será mapeada servirá de base para a produção de um bom plano de voo.
Ou seja, somente após você ter analisado cuidadosamente a área que será mapeada e as condições climáticas é que você elaborará o plano de voo.
Para isso, você irá utilizar um software próprio para a elaboração de planos de voo.
Como exemplos de softwares de plano de voo temos:
Mapeamento com drones – Faça o voo no modo automático
É importante que você utilize um aplicativo de plano de voo, pois além do plano de voo,o mesmo fará o controle do voo em si.
Alias, esta e outra sacada genial que quero compartilhar com você. Quem é iniciante na Topografia com drone costuma fazer o voo no modo manual.
Porém, utilizar este procedimento faz com que você seguidamente tenha problemas ao fazer o processamento dos dados.
Como consequência, você se estressará e perderá tempo e dinheiro, tendo que voltar a campo para obter novamente os dados.
Logo, uma dica de ouro que quero compartilhar com você é que você deve fazer o voo no modo automático, apenas acompanhando o mesmo e entrando em ação caso algo não saia conforme o planejado.
Ao elaborar o plano de voo, você irá informar todos os parâmetros necessários para o software, informando, por exemplo:
- A taxa de sobreposição;
- A altitude do voo e;
- O local que será mapeado.
Com isso, o software criará a rota que o drone deverá seguir, definindo os exatos momentos em que as fotos devem serem obtidas.
Posteriormente, a campo, você dará o comando e o aplicativo fará o voo no modo automático.
Mapeamento com drones – Etapa 3 – Distribuição de pontos de controle e levantamento dos mesmos com um receptor GNSS
Uma vez que você tenha feito o planejamento de voo e o plano de voo, chegou a hora de fazer o levantamento de dados propriamente ditos.
Durante esta etapa, a primeira coisa que você fará, será distribuir os alvos a campo. Enquanto faz isso, é importante que você obtenha as coordenadas dos mesmos com um receptor GNSS.
Esta etapa é essencial, pois de nada adianta você ter um drone com uma câmera de altíssima qualidade, porém utilizar pontos de controle obtidos sobre o Google Earth ou com gps de navegação.
Obtenha pontos de controle com uma grande acurácia, fazendo o rastreamento dos mesmos, preferencialmente através da utilização do método RTK.
Como os pontos de controle devem serem distribuídos na área a ser mapeada
Os pontos de controle devem serem distribuídos de maneira homogênea ao longo da área que será mapeada.
Um erro que muitos profissionais cometem é locar os mesmos de maneira centralizada. Isso faz com que as bordas da área fiquem com uma acurácia a qual deixa a desejar.
O ideal é que você loque 1 ou 2 pontos de maneira mais centralizada e os demais pontos na periferia da área que será mapeada, distribuindo os mesmos de maneira homogênea.
Mapeamento com drones – Locação de pontos de controle em locais de topografia acidentada
Você também precisa levar em consideração a topografia do terreno.
Se o mapeamento com drones será realizado em uma área cuja topografia é irregular, loque mais pontos de controle no terreno.
O ideal é que você distribua pontos de controle nas cristas e nos vales, de certa maneira que a altimetria do terreno fique bem representada.
Dê uma espiada na imagem abaixo.
Perceba que eu fiz a locação de pontos de controle na base e também na crista da encosta, distribuindo também, pontos de controle pelo restante da área a ser mapeada.
Adotar este procedimento é importante, pois normalmente a altimetria costuma interferir mais do que a planimetria na acurácia dos dados.
Loque pontos de verificação
Um outro cuidado importante que você precisa ter é fazer o levantamento de alguns pontos para utilizar como pontos de verificação.
Estes pontos precisam serem elementos naturais ou artificiais existentes na área que será levantada.
Por exemplo:
- Árvores;
- Postes;
- Afloramentos rochosos;
- Esquinas;
- Mourões e;
- Cantos de muro.
Perceba que o grande segredo que possibilitará que os dados fiquem com uma boa acurácia é você caprichar na hora de locar e fazer o levantamento dos pontos de controle.
Logo capriche e loque tantos pontos de controle, quanto forem necessários.
Perceba que também é interessante que você utilize pontos de controle artificiais. Isso porque utilizando este procedimento você terá certeza que todos os pontos de controle estarão foto identificáveis.
Aliás, sempre utilize alguns pontos de controle extras, pois, com isso, caso algum ponto apresente problemas, você poderá desabilitar o mesmo.
Enfim, não tenha preguiça e obtenha uma grande quantidade de pontos de controle. Perceba que uma vez que você já está a campo, obter as coordenadas de alguns pontos de controle extras não tomará mais do que alguns minutos do seu tempo.
É muito melhor do que ter que voltar a campo porque algum ponto de controle não pode ser utilizado.
Topografia com drone – Etapa 4 – Acompanhamento do voo
Uma vez que você tenha distribuído os pontos de controle e feito o rastreamento dos mesmos com um receptor GNSS, está na hora de fazer o voo fotogramétrico propriamente dito.
Conforme informei anteriormente, nesta etapa do mapeamento com drones, você precisará apenas dar o comando para que o aplicativo realize o voo. Será o aplicativo quem controlará o drone durante o levantamento dos dados.
Porém, é essencial que você acompanhe o voo, pois pode acontecer, por exemplo, do vento estar com uma velocidade alta, de certa maneira que você tenha que parar o voo.
Ou ainda, de alguma coisa sair errada e o software não fazer o voo corretamente. Enfim, acompanhe o voo para ter certeza que vai dar tudo certo com o mesmo.
Caso você deseje saber que drone deve utilizar, leia este artigo. No mesmo eu mostro quais os melhores drones para mapeamento topográfico.
Etapa 5 – Georreferenciamento e ortorretificação das imagens
Nesta etapa do mapeamento com drones, você fará o georreferenciamento e a ortorretificação das imagens, utilizando para isso os pontos de controle que obteve a campo.
Como produto final desta etapa, obterá o ortomosaico, o qual é gerado com as ortofotos georreferenciadas. Produto fotogramétrico sobre o qual é possível fazer-se a determinação de ângulos, distâncias, áreas e cálculo de volumes.
Lembre-se sempre da máxima:
Se entra lixo, sai lixo!
Ou seja, não existe milagre, para obter produtos fotogramétricos com uma altíssima acurácia, você precisa ter dados de entrada que tenham uma altíssima acurácia.
Topografia com drones – O que é um ortomosaico?
As fotos oriundas de um levantamento com drone possuem uma série de distorções, sendo que o ortomosaico é o produto obtido após a correção das diferentes distorções.
Por exemplo, o processo fotogramétrico é um projeção cônica, de certa maneira que somente o ponto central está em uma projeção ortogonal.
Além disso, existe toda uma série de fontes de distorções internas (do sistema) e externas (da paisagem) que causam distorções na posição dos objetos na imagem.
O processo de ortorretificação nada mais é do que a correção das diferentes distorções, de certa maneira que todos os objetos de uma ortofoto estão em uma posição ortogonal.
Ou seja, na projeção real ocupada pelos diferentes objetos a campo.
Para a correção das imagens e montagem do ortomosaico utiliza-se:
- As imagens do terreno;
- Parâmetros de orientação da câmera;
- Parâmetros para calibração da lente;
- Modelo Digital do Terreno.
Etapa 6 do mapeamento com drones – Geração dos demais produtos fotogramétricos
Nesta etapa, você irá gerar os diferentes produtos fotogramétricos, transformando os dados que possui em informações úteis, haja vista a aplicação para o qual os mesmos serão utilizados.
Existem diversos produtos que podem serem gerados a partir do ortmosaico. Dentre os mesmos, temos:
- Modelo Digital de Elevação (MDE);
- Modelo Digital do Terreno (MDT);
- Nuvem Densa de Pontos;
- Mapa de Uso de Solo e;
- Planta Topográfica planialtimétrica com curvas de níveis.
Etapa 7 – Entrega dos produtos fotogramétricos para seus clientes
Nesta etapa, você entregará os produto finais obtidos a partir do voo fotogramétrico para seu cliente.
É importante que você mantenha com você um backup não só dos produtos finais gerados, mas de todo o projeto.
Por exemplo:
- Do plano de voo;
- Dos dados brutos;
- O projeto em si;
- Os resultados finais obtidos.
Na realidade, se o levantamento for para um processo de Georreferenciamento de Imóveis Rurais, você não só deve, como é obrigado pela legislação a manter um backup com os dados citados acima.
Neste artigo eu mostro quais são os dados que você precisa manter.
Vídeo a respeito do assunto.
É isso por este artigo. Lembrando que eu também possuo uma série de cursos e de livros práticos.
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