Mapa de curva de nível: como produzir?
Mapa de curva de nível, você acabou de colocar suas 2 mãos em um artigo definitivo a respeito do tema. Com a leitura do mesmo você aprenderá:
- O que são curvas de níveis;
- Como é feita a representação das curvas de níveis;
- Quais os tipos de curvas de níveis existentes;
- Qual a diferença entre planta, carta e mapa de curva de nível;
- Quando você deve produzir uma planta ou mapa com as curvas de níveis;
- O que é uma planta planialtimétrica;
- O que é um mapa de curva de nível;
- Quais elementos que o mesmo deve possuir.
Vou abrir meu baú do tesouro. Prossiga a leitura atentamente.
Mapa de curva de nível – O que são curvas de níveis
As curva de nível terreno ou isoípsas nada mais são do que linhas que unem pontos de mesma altitude.
As mesmas servem de base para a produção de mapa de curva de nível e planta topográfica, sendo que o grande objetivo da produção de plantas e mapas com curvas de nível é a obtenção de dados tridimensionais da área de interesse.
Ou seja, dados referentes ao relevo de determinada área de interesse.
Como é feita a representação das curva de nível
Na imagem abaixo, você pode ver o processo de representação do relevo através da utilização de curvas de nível.
Perceba que toda curva de nível é um polígono, ou seja é fechada. Além disso, que a utilização desta técnica consiste na utilização de linhas que unem pontos de mesma altitude.
Desta maneira, áreas mais montanhosas terão mais curvas de níveis do que áreas menos montanhosas.
Com isso, você deve realizar levantamentos cadastrais.
Ou seja, o levantamento de áreas pequenas, representando as mesmas com escalas grandes. Isso porque para a representação de áreas maiores, você será obrigado a utilizar escalas menores e consequentemente, a fazer a generalização dos dados.
Naturalmente, será a aplicação que definirá qual a escala que os dados devem ter e consequentemente o grau de detalhamento do terreno.
Mapa de curva de nível – Equidistância vertical entre curvas de níveis
A equidistância vertical está associada a escala da planta ou mapa. Por exemplo:
- Na escala de 1:250.000, a cada 100 metros.
- Na escala de 1:100.000 a cada 50 metros e;
- Na escala de 1:50.000 a cada 20 metros.
Perceba que quanto maior a escala, menor deve ser a distância entre curvas de níveis sucessivas.
Que softwares que produzem curvas de nível
Após os dados serem obtidos, os mesmos precisam ser levados para um software que fará a interpolação dos mesmos, produzindo as curvas de níveis com base nos parâmetros informados pelo profissional.
O método de interpolação mais utilizado atualmente a rede de triângulos irregulares (TIN). Isso porque este método possibilita que as curvas de níveis fiquem bem suaves.
Na realidade, normalmente os dados precisam passar por mais de um software.
Por exemplo, dados obtidos com receptores GNSS precisam primeiramente serem processados e ajustados, para somente depois serem migrados para um software de Topografia ou Geoprocessamento, no qual as curvas de nível serão interpoladas.
Temos vários softwares que possuem algoritmos de interpolação de dados. Entre eles:
- ArcGIS;
- QGIS;
- Topograph;
- Sistema Posição;
- Civil 3D;
- Data Geossis.
Após os dados serem interpolados, você precisará produzir o mapa de curva de nível.
Os softwares mais utilizados nesta etapa são:
- AutoCAD;
- ArcGIS e;
- QGIS.
Mapa de curva de nível – Tipos de curvas de níveis existentes
Existem 2 tipos de curvas de níveis:
- Curvas de níveis mestras e;
- Curvas de níveis auxiliares.
As curvas de níveis mestras são curvas mais grossas e numeradas, que devem ocorrer de 5 em 5 curvas de níveis, conforme você pode visualizar na imagem acima.
Qual a diferença entre planta, carta e mapa de curva de nível
Antes de mergulharmos fundo e ver exemplos de mapa de curva de nível, você precisa entender qual a diferença entre planta, carta e mapa.
E porque você precisa saber esta diferença?
Simples, porque muitos profissionais ao não entenderem esta diferença, acabam cometendo erros terríveis e produzindo peças técnicas que não estão de acordo com a legislação vigente.
Ou seja, entender qual a diferença entre planta, carta e mapa é essencial.
O que são cartas cartográficas
A NBR 13.133 é a norma técnica que traz os diferentes conceitos topográficos, sendo que no que se refere a cartas cartográficas, a mesma trás a seguinte definição para mapa, sendo que entre parênteses coloca o termo (carta).
Representação gráfica sobre uma superfície plana, dos detalhes físicos, naturais e artificiais, de parte ou de toda a superfície terrestre – mediante símbolos ou convenções e meios de orientação indicados, que permitem a avaliação das distâncias, a orientação das direções e a localização geográfica de pontos, áreas e detalhes -, podendo ser subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional.
A mesma ainda complementa que:
Esta representação em escalas médias e pequenas leva em consideração a curvatura da Terra, dentro da mais rigorosa localização possível relacionada a um sistema de referência de coordenadas.
A carta também pode constituir-se numa representação sucinta de detalhes terrestres, destacando, omitindo ou generalizando certos detalhes para satisfazer requisitos específicos.
A classe de informações, que uma carta, ou mapa, se propõe a fornecer, é indicada, freqüentemente, sob a forma adjetiva, para diferenciação de outros tipos, como, por exemplo, carta aeronáutica, carta náutica, mapa de comunicação, mapa geológico.
Ou seja, cartas cartográficas e mapa são exatamente a mesma coisa. Tanto que a NBR 13.133 ainda trás a seguinte nota:
Nota: Os ingleses e americanos dão preferência ao termo mapa, enquanto os franceses e demais países de origem latina ao termo carta.
Mapa de curva de nível – O que é uma planta topográfica
A planta topográfica é uma das peças técnicas que devem serem apresentadas ao registro de imóveis, juntamente com o memorial descritivo e a ART.
A NBR 13.133 trás a seguinte definição para planta:
Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano horizontal local, em escalas maiores que 1:10000, para fins específicos, na qual não se considera a curvatura da Terra.
Perceba que de acordo com a NBR 13.133, uma planta é uma representação gráfica de uma parte limitada da superfície. Ou seja, possui uma escala grande, servindo desta maneira para a representação das características de uma área.
Na topografia cadastral a planta é utilizada para:
- A representação da área de uma propriedade;
- A retificação de área;
- O desmembramento de área e;
- O remembramento de área.
Porém, a planta topográfica também serve para para a representação de diferentes elementos cadastrais, podendo representar graficamente todas as características de uma área, incluindo:
- O relevo;
- Curvas de nível;
- Perfis longitudinais;
- Seções transversais;
- Pontos cotados;
- Acidentes geográficos;
- Entre outros.
Ou seja, uma planta deve obrigatoriamente possuir uma escala grande. Isso porque a mesma deve representar determinada porção da superfície terrestre de maneira detalhada.
Qual a diferença entre plantas topográficas e mapa de curva de nível
Perceba que diferentemente de plantas, cartas cartográficas e mapas com curvas de níveis possuem escalas pequenas.
Ou seja, servem para representar grandes frações da superfície terrestre, de certa maneira que existe generalização nos dados.
Por exemplo:
- Municípios;
- Regiões;
- Estados e;
- Países.
Além disso, conforme a própria NBR 13.133 informa, plantas topográficas se baseiam em “um plano horizontal local“. Ou seja, no plano topográfico local.
Um mapa de curva de nível, por outro lado, normalmente se baseia na utilização de dados obtidos em coordenadas geográficas, referenciadas em um datum e que foram projetadas para o plano.
Quando produzir planta ou mapa de curva de nível
Perceba que entender a diferença entre planta, carta e mapa é essencial. Isso porque dependendo do tipo de levantamento topográfico realizado, você produzirá determinado produto cartográfico.
Por exemplo, se o objetivo for a realização de um levantamento cadastral, você precisará produzir uma planta topográfica.
Ou seja, a escala tem que ser grande, de certa maneira que não haja generalização nos dados.
Como exemplos de diferentes tipos de plantas temos:
- Planta planimétrica;
- Planta planialtimétrica;
- Planta planimétrica cadastral e;
- Planta planialtimétrica cadastral.
Por outro lado, se o que você deseja é produzir uma representação cartográfica planialtimétrica de uma área cuja escala será pequena, nestes casos você produzirá um mapa de curva de nível.
Perceba que devido a escala utilizada o mesmo terá generalizações. Logo, tome cuidado quanto a isso, não confunda planta com mapa, produzindo o produto cartográfico certo, haja vista a aplicação.
Vamos entender melhor o que é uma planta planialtimétrica e o que é um mapa de curva de nível.
O que é uma planta planialtimétrica
Uma planta planialtimétrica é um dos diferentes tipos de plantas topográficas existentes. A mesma além de dados planimétricos, também possui dados planialtimétricos.
No caso, a NBR 13.133 possui as diferentes definições topográficas, sendo que a mesma trás a seguinte definição para planta:
Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano horizontal local, em escalas maiores que 1:10.000, para fins específicos, na qual não se considera a curvatura da Terra.
Ou seja, uma planta topográfica planialtimétrica é uma representação de uma parte limitada do terreno, que possui uma escala grande.
A mesma deve possuir uma série de dados planimétricos, são eles:
- A descrição do perímetro do terreno, com suas respectivas distâncias e mudanças de ângulo;
- A área do terreno;
- Os confrontantes e suas respectivas localizações.
E também, dados altimétricos, sendo que a altimetria normalmente é representada através da utilização de curvas de níveis.
O que é um mapa de curva de nível
Conforme informei anteriormente, um mapa possui a representação de áreas maiores, generalizando os dados.
No caso de um mapa de curva de nível, o objetivo do mesmo é a representação planialtimétrica do terreno através da utilização de curvas de nível.
Veja um exemplo de mapa com curva de nível na imagem abaixo.
Fonte: http://www.hids.unicamp.br/wp-content/uploads/2020/04/Curvas-de-n%C3%ADvel-corrigido.pdf
Quais elementos que um mapa de curva de nível deve possuir?
Existem 5 elementos que toda planta ou mapa precisa ter. São eles:
- Título;
- Legenda;
- Escala;
- Orientação e;
- Projeção cartográfica.
Quantos pontos são necessários para a produção de plantas e mapas de curva de nível
Durante o processo de obtenção de dados para a produção de plantas e mapas de curva de nível, você deve buscar representar o terreno de maneira mais fidedigna possível.
Ou seja, se a área for plana, você pode distribuir poucos pontos.
Já se a área for acidentada, você deve adicionar mais pontos, buscando representar o terreno de maneira mais fidedigna possível.
A NBR 13.133 em sua tabela 5 aborda esta temática, informando a densidade mínima de pontos por hectare, conforme a declividade do terreno.
Naturalmente, para conseguir produzir um mapa de curva de nível, você precisa de um número mínimo de pontos. Não tem como você produzir curvas de níveis representativas do terreno com 5 ou 10 pontos.
A dica de ouro é não poupar esforços, obtendo uma boa quantidade de pontos.
Além disso, você sempre deve extrapolar a área de interesse, obtendo pontos além da mesma. Com isso, não corre o risco da existência de efeito de borda.
É isso por este artigo. Eu não chegarei a mostrar aqui como produzir as curvas de níveis em um software da área, pois se você acessar o youtube, encontrará dezenas de vídeos a respeito.
Meu objetivo aqui foi trazer estes conhecimentos essenciais e que não vi nenhum vídeo existente no youtube abordando.
Posso fazer um mapa de curva de nível com dados disponíveis na internet
Alguns meses atras um profissional me fez esta pergunta via WatsAPP.
A resposta para a mesma é Sim e Não.
Isso porque tudo depende do objetivo do estudo e da fonte de dados utilizada.
Por exemplo, você pode utilizar dados Aster ou SRTM. Porém, dados SRTM reamostrados possuem uma resolução de 30 metros entre curvas de níveis.
Ou seja, este tipo de dado simplesmente não pode ser utilizado em projetos que precisem de uma escala grande.
Ou seja, na prática acaba sendo mais vantajoso ir a campo e obter os dados.
Se você quer MERGULHAR FUNDO e aprender a prestar serviços com grande velocidade e com segurança, acesse este link e conheça os mesmos.
Entre eles, o Curso de Confecção de Plantas Topográficas. Um curso prático com o qual você vai aprender a produzir as 15 diferentes plantas produzidas em um escritório de topografia.
Clique neste link e conheça melhor o mesmo.
Gratidão por você ter lido o artigo. 🙏
Gratidão por você ter lido o artigo. 🙏
Aprenda a Prestar Serviços de Topografia Através de um Livro Formado Por Mais de 547 Estudos de Caso e Exemplos Práticos
A 1 clique de distância de você encontra-se o MAIS COMPLETO LIVRO DE TOPOGRAFIA DO BRASIL.
O mesmo é formado por mais de 547 Estudos de Caso, Conhecimentos Práticos, Exemplos, Aplicações, Planilhas e Chacklists!
Se você quer (ou precisa) aprender a prestar serviços de Topografia, este livro servirá como uma luva para você.
Dê uma espiadinha no sumário do mesmo:
Para conhecer melhor a estrutura do livro, juntar-se a dezenas de profissionais e adquirir sua cópia é só clicar no botão abaixo:
Postagens relacionadas:
