Planialtimetria, você acabou de colocar suas 2 mãos em um artigo definitivo sobre o tema.
Com a leitura do mesmo você aprenderá:
- Qual o objetivo de um levantamento topográfico planialtimétrico;
- Quais equipamentos que podem ser utilizados no mesmo;
- Quais os produtos oriundos de um projeto planialtimétrico e;
- Quais as 7 etapas da Planialtimetria.
O que é a Planialtimetria?
A Planialtimetria, também conhecida como levantamento topográfico planialtimétrico é um dos 6 diferentes tipos de levantamentos topográficos existentes.
No caso, a NBR 13.133 é a norma técnica que traz os diferentes conceitos e objetivos inerentes ao levantamento topográfico, sendo que a mesma conceitua os seguintes tipos de levantamentos topográficos:
- Levantamento topográfico expedito;
- Levantamento topográfico planimétrico (ou levantamento planimétrico, ou levantamento perimétrico);
- Levantamento topográfico altimétrico (ou nivelamento);
- Levantamento topográfico planialtimétrico;
- Levantamento topográfico planimétrico cadastral e;
- Levantamento topográfico planialtimétrico cadastral.
Antes de entrarmos mais a fundo na Planialtimetria, vamos entender o que é um levantamento topográfico.
Planialtimetria – O que é um levantamento topográfico
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para levantamento topográfico:
Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com eqüidistância também predeterminada e/ou pontos cotados.
Ou seja, um levantamento topográfico nada mais é do que o procedimento normalmente utilizado para o levantamento de dados, sendo que o mesmo normalmente é dividido em 2 etapas:
- Implantação e materialização de pontos de apoio: que nada mais é do que a implantação de piquetes ou marcos topográficos e;
- Levantamento dos dados propriamente ditos.
Planialtimetria – Conceito de levantamento topográfico planialtimétrico
No que se refere a planialtimetria, a NBR 13.133 trás o seguinte conceito para levantamento topográfico planialtimétrico:
Levantamento topográfico planimétrico acrescido da determinação altimétrica do relevo do terreno e da drenagem natural.
Perceba que o levantamento topográfico planialtimétrico, nada mais é do que a utilização conjunta do levantamento topográfico planimétrico e do levantamento topográfico altimétrico.
Ou seja, para entendermos melhor o que é a planialtimetria, precisaremos entender os conceitos de levantamento topográfico planimétrico e levantamento topográfico altimétrico.
A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o levantamento topográfico planimétrico:
Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela determinação do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou logradouro com o qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua amarração a pontos materializados no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos notáveis e estáveis nas suas imediações.
Quando este levantamento se destinar à identificação dominial do imóvel, são necessários outros elementos complementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc.
E o seguinte conceito para o levantamento topográfico altimétrico:
Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de referência, dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada.
Ou seja, um levantamento topográfico planialtimétrico, nada mais é do que um mapeamento que além das coordenadas planimétricas (X e Y), também faz a determinação da coordenada altimétrica (Z).
Na planialtimetria, você precisa fazer um correto adensamento de pontos, buscando representar o relevo da área mapeada de maneira mais fidedigna possível.
Desta maneira, devem serem obtidos tantos dados, quantos forem necessários. A este respeito, a NBR 13.133 trás a seguinte passagem:
A densidade de pontos deve ser compatível com a escala de representação, características do terreno e finalidade do levantamento.
Quais equipamentos podem ser utilizados na planialtimetria?
O levantamento topográfico planialtimétrico evoluiu com a evolução da tecnologia. Desta forma, primeiramente eram utilizados teodolitos.
Com o tempo, surgiram as estações totais, que possibilitaram um produtividade superior a possibilitada pelos teodolitos.
Com o advento das estações totais, uma equipe formada por 3 profissionais (operador da estação total + 2 prismeiros) passaram a conseguir obter de 1.000 a 1.500 coordenadas por dia de trabalho.
Posteriormente, os receptores GNSS se popularizaram, sendo que um único profissional, com a utilização do método rtk, consegue fazer o rastreamento de milhares de pontos por dia.
Mais recentemente os drones surgiram, possibilitando um verdadeiro salto de performance no levantamento de dados planialtimétricos. Os mesmos possibilitam um grau de detalhamento do solo nunca antes imaginado.
Naturalmente, cada tecnologia possui suas restrições. Enquanto a utilização de tecnologias mais antigas, como estações totais, possibilitam menor produtividade. Tecnologias como os receptores GNSS e os drones, podem apresentar restrições quanto ao levantamento de dados em certos locais.
Por exemplo, em locais que possuam muita vegetação, a utilização de drones pode não ser a mais adequada para a geração de modelos digitais do terreno, uma vez que leva em consideração o dossel no processo de obtenção de dados.
Da mesma maneira, receptores GNSS, podem apresentar problemas para o rastreamento de dados em locais de mata fechada e em ambientes urbanos.
Utilização de estações totais na planialtimetria
Os método aceitos na utilização de estações totais são a poligonação e a irradiação.
A NBR 13.133 (ABNT, 1994) classifica as poligonais em:
- Poligonal principal;
- Poligonal secundária e;
- Poligonal auxiliar.
Na prática, o método da poligonação tornaria o levantamento dos dados demorado e nada produtivo. Desta maneira, o método normalmente utilizado é o da irradiação.
O levantamento de dados através do método de irradiação consiste em, a partir de uma linha de referência conhecida, medir um ângulo e uma distância.
Ao efetuar-se um levantamento topográfico planimétrico pelo método da irradiação, o equipamento fica estacionado sobre um ponto e faz-se uma série de visadas dos pontos de interesse, medindo-se direções e distâncias para cada elemento a ser representado.
Utilização de receptores GNSS na planialtimetria
A utilização da tecnologia GNSS na planialtimetria possibilita um rápido mapeamento das diferentes feições do terreno.
O método normalmente utilizado é o RTK UHF, sendo que o mesmo possibilita o mapeamento dos dados com uma grande velocidade, possibilitando que o Agrimensor tenha uma grande produtividade.
Utilização de drones na altimetria
Drones também podem ser utilizados em levantamentos planialtimétricos, uma vez que possibilitam uma acurácia aceita para a prestação de serviços deste tipo.
Para que dados obtidos com drones possam ser utilizados para esta finalidade, os mesmos precisam passar por rígidos tratamentos fotogramétricos.
Quais os produtos oriundos da Planialtimetria?
O principal produto oriundo da planialtimetria, normalmente é uma planta topográfica contendo as curvas de níveis.
Veja, por exemplo, a planta abaixo que é de uma propriedade rural.
Ou esta outra planta, que produzi a pedido de um Engenheiro Civil que pretendia construir uma edificação no terreno e precisava conhecer a planialtimetria do mesmo.
Porém, existem situações especificas nas quais os profissionais solicitam os dados em arquivos digitais, como, por exemplo, arquivos dxf, dwg ou shapefile.
Também existem situações nas quais se faz necessária a produção de um modelo digital do terreno (MDT).
O que é um levantamento topográfico planialtimétrico cadastral
A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para levantamento topográfico planialtimétrico cadastral:
Levantamento topográfico planialtimétrico acrescido dos elementos planimétricos inerentes ao levantamento planimétrico cadastral, que devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução.
Ou seja, para entender o que é um levantamento topográfico planialtimétrico cadastral, precisamos entender o que é um levantamento topográfico planimétrico cadastral.
A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o levantamento topográfico planimétrico cadastral:
Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua finalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas internas, edificações, benfeitorias, posteamentos, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e artificial, etc. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados
nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução.
Perceba que além da representação planimétrica, um levantamento topográfico planimétrico cadastral, também necessita do levantamento dos diferentes elementos naturais e artificiais existentes no local que será mapeado.
O que são elementos naturais e artificiais
Os elementos naturais e artificiais são os diferentes detalhes existentes ao nível e acima do solo.
Como exemplos de pontos de detalhes naturais temos:
- Córregos;
- Morros;
- Vegetação nativa;
- Afloramentos rochosos.
E como exemplos de pontos de detalhes temos:
- Prédios;
- Postes;
- Valos;
- Muros;
- Bocas de lobo;
- Estradas;
- Calçamento;
- Meio-fio.
Ou seja, além das coordenas planialtimétricas do perímetro e de uma série de pontos que representem o relevo do terreno, na planialtimetria cadastral, você também precisa mapear as feições naturais e artificiais de interesse.
Etapas da Planialtimetria
A NBR 13.133 informa que o levantamento topográfico, em qualquer de suas finalidades, deve ter, no mínimo, as seguintes etapas:
a) planejamento, seleção de métodos e aparelhagem;
b) apoio topográfico;
c) levantamento de detalhes;
d) cálculos e ajustes;
e) original topográfico;
f) desenho topográfico final;
g) relatório técnico.
Segue uma descrição adaptada comas as principais etapas da planialtimetria.
Etapa 1 – Reunião com o cliente
Nesta etapa, define-se os detalhes do projeto. Por exemplo, quais áreas que precisam de um maior adensamento de pontos e que feições do terreno devem serem mapeadas.
Etapa 2 da planialtimetria – Preparação para a ída a campo
Nesta etapa da planialtimetria, será feito o planejamento da ida a campo. Naturalmente, existem situações nas quais tal planejamento não é necessário. Por exemplo, uma coisa é você fazer o levantamento de um lote urbano de 25 X 30 metros, que fica a 2 quadras de sua empresa.
Outra coisa completamente diferente é fazer o levantamento de uma área de 10 ha, que fica a 100 quilômetros de distância da sede da empresa.
Perceba que em 30 minutos você faz o levantamento dos dados do primeiro lote. Já o levantamento dos dados para a prestação do segundo serviço, provavelmente exigirá pelo menos 2 dias de trabalho.
Ou seja, o mesmo exige um planejamento prévio.
Etapa 3 da planialtimetria – Obtenção de dados á campo
Nesta etapa, é feita a obtenção de dados a campo. Normalmente, você irá á campo com uma estação total, com um receptor GNSS ou com um drone.
Lembrando que caso o levantamento dos dados seja feito com um drone, será necessário o levantamento de uma série de pontos de controle com um receptor GNSS.
Ou seja, você precisará levar o drone e o par de receptores GNSS a campo.
Etapa 4 da planialtimetria – Desenho técnico da planta topográfica
Nesta etapa, você irá produzir a planta com as curvas de níveis da área de interesse.
Etapa 5 – Entrega da planta para o cliente
E finalmente, nesta etapa, você entregará a planta para seu cliente.
Lembrando que dependendo do serviço que você estiver prestando, ao invés da planta, você terá que entregar os dados no formato digital.
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