Mapa de uso do solo: o que é os tipos existentes
O mapa de uso do solo é um dos tipos de mapas mais produzidos em escritórios de Topografia, de Engenharia e de licenciamento ambiental.
Porém, afinal de contas:
- O que é um mapa de uso do solo;
- Qual a diferença entre planta e mapa;
- Os diferentes tipos de mapas de uso do solo existentes;
- Quais são os elementos que um mapa precisa ter;
- Como cobrar por um mapa de uso do solo.
Isso que você aprenderá com a leitura deste artigo.
O que é um mapa de uso do solo
Um mapa de uso do solo é um mapa temático que possui os elementos oriundos do mapeamento das diferentes ocupações e usos que uma determinada região apresenta.
Esses mapeamentos podem ser abrangentes ou específicos, identificando diferentes tipos, tamanhos e tendências ocupacionais.
Ou seja, um mapa de uso do solo é um dos diferentes tipos de mapas temáticos existentes.
Tecnicamente falando, dependendo de suas características, o mesmo pode ser classificado como um mapa ou como uma planta.
Vamos entender qual a diferença entre estes produtos cartográficos.
Qual a diferença entre uma planta e mapa
Para entender a diferença entre planta e mapa, precisaremos consultar a NBR 13.133.
A mesma trás a seguinte definição para planta:
Representação gráfica de uma parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano horizontal local, em escalas maiores que 1:10000, para fins específicos, na qual não se considera a curvatura da Terra.
Perceba que de acordo com a NBR 13.133, uma planta é uma representação gráfica de uma parte limitada da superfície. Ou seja, possui uma escala grande, servindo, desta maneira, para a representação das características de uma área.
Para entender o que é uma planta cadastral, precisaremos entender o conceito de levantamento topográfico planimétrico cadastral. A NBR 13.133 trás o seguinte conceito para o mesmo:
Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua finalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas internas, edificações, benfeitorias, posteamentos, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e artificial, etc. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução.
Ou seja, uma planta é cadastral, quando além dos elementos planialtimétricos, possui a representação de elementos naturais e/ou artificiais.
Olhe para a planta abaixo.
A mesma é uma planta oriunda de um levantamento topográfico planimétrico. Ou seja, uma planta planimétrica.
Agora olhe para esta outra planta.
No caso, esta é uma planta planialtimétrica cadastral. Isso porque além dos elementos planimétricos, a mesma possui as curvas de níveis, que são elementos altimétricos.
Também possui a representação de elementos naturais e artificiais de interesse, o que caracteriza a mesma como uma planta planialtimétrica cadastral.
Já para mapa, a NBR 13.133 trás a seguinte definição:
Representação gráfica sobre uma superfície plana, dos detalhes físicos, naturais e artificiais, de parte ou de toda a superfície terrestre – mediante símbolos ou convenções e meios de orientação indicados, que permitem a avaliação das distâncias, a orientação das direções e a localização geográfica de pontos, áreas e detalhes -, podendo ser subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional.
Perceba que diferentemente de plantas, mapas possuem escalas pequenas. Ou seja, servem para representar frações maiores da superfície terrestre.
Olhe para o mapa abaixo.
Fonte da imagem: https://droneng.com.br/
Perceba que a área mapeada é maior, existindo generalização dos dados.
Ou seja, plantas são utilizadas para a representação de áreas pequenas, possuindo uma escala maior do que 1:10.000. Isso possibilita que os diferentes elementos naturais e artificiais sejam representados nas mesmas.
Como exemplos de escalas utilizadas em plantas temos:
- 1:500;
- 1:1.000;
- 1: 2.500;
- 1:5.000;
- 1:10.000.
Uma planta pode representar graficamente todas as características de uma área, incluindo:
- O relevo;
- Curvas de nível;
- Perfis longitudinais;
- Seções transversais;
- Pontos cotados;
- Acidentes geográficos;
- etc.
Os mapas, por outro lado, ao utilizarem escalas pequenas, generalizam os dados, não podendo ser utilizados para representações cadastrais. o mesmos são utilizados para a representação de áreas maiores. Por exemplo:
- Microbacia;
- Município;
- Regiões;
- Estados e;
- Países.
São exemplos de escalas utilizadas em mapas:
- 1:25.000;
- 1: 50.000;
- 1: 100.000;
- 1:250.000;
- 1:500.000 e;
- 1:1.000.000.
Os diferentes tipos de mapas de uso do solo existentes
No caso dos mapas de uso do solo, os mesmos podem serem utilizados para a representação de áreas grandes, ou de áreas pequenas.
Ou seja, podem ser plantas ou mapas. Isso porque o que classifica este produtos cartográfico não é a escala e sim, o conteúdo do mesmo, que no caso são os usos do solo da área de interesse.
Olhe para o mapa abaixo:
Fonte: https://www.itaborai.rj.gov.br/o-plano-diretor/
Agora olhe para este outro mapa de uso do solo:
Perceba que enquanto o primeiro mapa faz a representação dos usos do solo de um município, o segundo representa os usos do solo de um imóvel rural.
Isso porque, como disse, o que caracteriza um mapa de uso do solo são os dados contidos no mesmo.
Vamos ver alguns exemplos de mapas de uso do solo.
Exemplos de mapas de uso do solo
Como exemplos de mapas de uso do solo temos mapas com o uso do solo de uma microbacia.
Este tipo de mapa de uso do solo normalmente é produzido a partir de imagens de satélite, as quais passam pelo processo de classificação supervisionada.
Um outro tipo de mapa bem comum são os mapas que utilizam imagens de satélite para acompanhar a mudança do uso do solo ao longo do tempo.
Também temos os mapas de uso e ocupação do solo urbano, os quais utilizam técnicas de sensoriamento remoto para obter os resultados mais variados possíveis.
Fonte: https://www.flickr.com/photos/camilaghendov/5468915382
Um último tipo de mapa de uso do solo existente são os mapas com o uso do solo de um imóvel rural.
Este tipo de mapa de uso do solo, normalmente possui os usos do solo de um imóvel rural, sendo que para a produção do mesmo, normalmente se faz o mapeamento do imóvel rural utilizando-se um receptor de navegação ou um receptor geodésico no método cinemático.
Também podem ser utilizado um ortomosaico obtido após o tratamento de imagens de drone.
A principal característica deste tipo de mapa é que o mesmo é cadastral, possuindo uma escala grande.
Este tipo de mapa é solicitado por diferentes órgãos que precisam conhecer os usos do solo do imóvel rural. Por exemplo, em processos de licenciamento ambiental e no cadastro ambiental rural.
Estes são os principais tipos de mapas de de uso do solo. Naturalmente existem outros tipos e também, variações dos mesmos.
Elementos que um mapa de uso do solo precisa ter
Existem 5 elementos que todo mapa ou planta precisa ter. São eles:
- Título;
- Legenda;
- Escala;
- Orientação e;
- Projeção cartográfica.
Ou seja, você precisa colocar os mesmos em seus mapas. Caso você deseje saber mais a respeito, leia este artigo.
Além disso, plantas e mapas técnicos também devem ter um espaço destinado as informações cadastrais.
São elas:
- Dados do contratante e/ou proprietário;
- Dados e assinatura do responsável técnico;
- Data;
- Localização do imóvel.
Quanto cobrar por um mapa de uso do solo
Existem 2 jeitos de se precificar serviços de topografia. São eles:
- Cobrar por hora trabalhada;
- Cobrar por projeto.
Na realidade, pouco importa qual destas 2 metodologias você utilize, você precisará mensurar o tempo necessário para a prestação do serviço.
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