Os dados SRTM são utilizados para a elaboração de produtos diversos, como, por exemplo:
Os mesmos também possibilitam diversas aplicações, gerando dados ambientais que possibilitam uma melhor tomada de decisão.
Como exemplos temos a análise hidrológica, onde é possível gerar-se diferentes produtos. Como exemplos temos:
- Determinação da direção de fluxo;
- Cálculo da acumulação de fluxo;
- Cálculo do caminho de fluxo;
- Extração da rede de drenagem hierarquizada e;
- Determinação de bacias hidrográficas.
Com a leitura deste artigo, você aprenderá o que é a missão SRTM, qual o objetivo da mesma, quais os dados gerados, quais os principais produtos que podem ser obtidos e como e baixar os mesmos.
Missão SRTM
A missão SRTM foi uma missão de mapeamento realizada entre os dias 11 a 22 de fevereiro de 2000, para a qual foi utilizada o ônibus espacial Endeavour.
No caso, SRTM é uma sigla em inglês, que significa Shuttle Radar Topography Mission. O que pode ser traduzido para o português como Missão Topográfica de Radar Embarcado.
Para a realização desta missão, o ônibus espacial Endeavour foi equipado com um radar interferométrico de abertura sintética (interferometria SAR).
Objetivo da missão
O objetivo da missão SRTM foi atuar na produção de um banco de dados digitais para todo o planeta, possibilitando a elaboração de um Modelo Digital de Elevação (MDE) das terras continentais.
Os dados foram produzidos para a região do planeta posicionada entre os paralelos 56ºS e 60ºN.
Como a missão SRTM possibilita a obtenção de dados tridimensionais
Para a realização da missão SRTM, 2 antenas SAR coletaram dados de radar separadas por um braço extensor de 60 metros.
Posteriormente, para a geração de dados topográficos foi utilizado um software interferométrico.
Ou seja o processo utilizado para a criação de um modelo digital de elevação, nada mais é do que um processo similar ao utilizado pelos olhos humanos para a obtenção de visão tridimensional.
Ambos os olhos visualizam determinado objeto, porém de ângulos ligeiramente diferentes. Com isso, ao processar as imagens, o cérebro humano consegue obter a noção de profundidade.
Da mesma maneira, ao utilizar 2 radares interferométricos, distantes 60 metros um do outro é possível obter-se um modelo digital de elevação.
A nave espacial Endeavour realizou 16 órbitas diárias na Terra, o que correspondeu a 176 órbitas durante toda a missão.
Agências responsáveis pela missão
A National Imagery and Mapping Agency (NIMA) e a National Aeronautics and Space Administration (NASA) foram as instituições responsáveis pela missão SRTM.
Dados disponibilizados pela missão SRTM
Os dados SRTM são distribuídos em formato raster pelo EROS Data Center, controlado pelo United States Geological Survey (USGS) e podem ser acessados em formato HGT, com resolução radiométrica de 16 bits.
Os MDEs oferecem 30 m de resolução vertical para os Estados Unidos e 90 m de resolução vertical para as outras localidades. Porém, é possível reamostrar os mesmos para que fiquem com uma acurácia espacial de 30 metros.
Como um radar interferométrico de abertura sintética funciona
No caso, interferométrico, significa que o alvo é iluminado com ondas eletromagnéticas na frequência de microondas e o sinal refletido é usado para deduzir informações sobre o alvo.
Para criar uma imagem SAR, pulsos sucessivos de ondas de rádio são transmitidos para “iluminar” a cena alvo e o eco de cada pulso é recebido e gravado.
Como o dispositivo SAR fica a bordo da aeronave ou nave espacial, a localização da antena em relação ao alvo muda ao longo do tempo.
O processamento de sinais de radar e ecos gravados permite que ele, em seguida, possa combinar as gravações dos vários locais de antenas.
Isto constitui a abertura da antena de síntese e permite a criação de imagem com resolução mais fina do que a que seria possível com uma abertura da antena física.
Como baixar dados SRTM
Dados SRTM podem ser obtidos de diferentes fontes, com diferentes níveis de tratamento.
Por exemplo, você pode baixar os dados brutos a partir do Banco de dados EROS. Para isso é só acessar este link.
Porém, para baixar os dados SRTM brutos, o processo é um pouco mais complicado, sendo necessário fazer um cadastro.
Por causa disso, o caminho mais fácil é baixar os dados a partir do projeto TOPODATA.
Projeto TOPODATA
O projeto Topodata, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), teve como objetivo a criação de um modelo digital de elevação do território brasileiro.
O mesmo utilizou dados SRTM disponibilizados pelo USGS, possuindo uma acurácia de 30 metros.
Para acessar o projeto Topodata e baixar dados SRTM é só acessar este link.
É possível baixar uma série de dados a partir do projeto Topodata. Por exemplo:
- Altitude;
- Declividade;
- Orientação;
- Relevo sombreado;
- Forma do terreno;
- Divisores e talvegues.
Leia este PDF produzido pelo laboratório de Geotecnologias da UPM caso deseje saber mais a respeito.
Tome este cuidado ao utilizar dados SRTM
Dependendo dos produtos que você deseja obter, precisará ter dados de entrada com uma resolução espacial correspondente a acurácia dos produtos desejados.
Por exemplo, para a determinação de fluxos de direções, você poderá utilizar dados SRTM. Lembre-se que os dados SRTM possuem uma acurácia espacial de 30 metros.
Já se o seu objetivo for a obtenção de um modelo digital de terreno, para a realização de cálculos de corte e aterro de um terreno, não tem como você utilizar dados SRTM.
Para esta aplicação em especifico, você precisará fazer o mapeamento da área de interesse utilizando uma estação total, um receptor GNSS ou um drone.
Ou seja, a resolução espacial do modelo digital gerado esta diretamente relacionada a acurácia e ao adensamento dos dados de entrada.
Logo, tome cuidado ao utilizar dados espaciais no seu dia a dia. Lembre-se que o grau de detalhamento do produto final está diretamente relacionada a resolução espacial dos dados de entrada.
Ou seja, não tem como você querer uma resolução espacial de 1 metro (ou menos), utilizando dados de entrada que possuam uma resolução de 30 metros.
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