Levantamento aerofotogramétrico, você acabou de encontrar um guia definitivo a respeito do tema.
Com a leitura do mesmo você aprenderá:
- O que é um levantamento aerofotogramétrico;
- Quais as 7 etapas de um levantamento aerofotogramétrico;
- Quais as aplicações dos drones;
- Que softwares são utilizados no tratamento de imagens de drones;
- Qual a legislação a respeito;
- Como utilizar drones em processos de Georreferenciamento.
Prossiga a leitura com máxima atenção.
O que é um levantamento aerofotogramétrico
O levantamento aerofotogramétrico é um dos diferentes métodos que pode ser utilizado para o mapeamento da superfície terrestre.
A vantagem do mesmo é que com o uso da fotogrametria é possível levantar-se centenas de ha por dia, o que é bem mais do que é possível com a utilização de equipamentos topográficos e geodésicos.
Na realidade, até pouco tempo atrás a utilização do sensoriamento remoto embora altamente produtiva era um processo caro. Por causa disso, poucas eram as aplicações nas quais este tipo de levantamento era utilizado.
Como os equipamentos utilizados também eram caros, poucas eram as empresas que conseguiam prestar este tipo de serviço.
Porém, com a popularização dos drones a realização de levantamentos aerofotogramétricos se barateou. Isso sem deixar a desejar no quesito velocidade de trabalho.
Etapas de um levantamento aerofotogramétrico
Pouco importa se o trabalho será realizado com a utilização de aviões ou de drones, todo projeto aerofotogramétrico deve seguir uma série de etapas.
Vamos ver que etapas são estas.
P.S.: Como acredito que você utilizará drones no seus dia a dia, focarei na utilização destes aparelhinhos voadores
Etapa 1 de um levantamento aerofotogramétrico – Planejamento de Voo
O planejamento de voo é uma etapa essencial em um levantamento aerofotogramétrico. Isso porque é na mesma que é feito um estudo detalhado do local a ser mapeado, planejando-se quantas faixas de voo que serão necessárias.
Nesta etapa, uma série de outras decisões importantes também devem ser tomadas, de certa maneira que um bom planejamento de voo evita perda de tempo, retrabalho e toda uma série de dores de cabeça.
Durante o planejamento de voo você deve:
- Fazer o reconhecimento da área e sua delimitação;
- Indicar o perímetro de interesse;
- Determinar o local de lançamento e de pouso;
- Escolher o modelo de câmera que será utilizado;
- Obter os dados meteorológicos necessários;
- Determinar a altitude, a velocidade de voo e o grau de sobreposição das imagens e;
- Fazer o plano de voo propriamente dito.
O plano de voo normalmente é produzido em um software especifico, sendo que mesmo posteriormente é transferido para o drone.
Enfim, o planejamento de voo é a etapa na qual uma série de decisões importantes são tomadas. Logo, dê a mesma a devida atenção ou do contrário, você terá sérios problemas.
Etapa 2 do mapeamento aerofotogramétrico – Locação de pontos de controle
Nesta etapa, os pontos de controle, que normalmente são alvos semelhantes ao da imagem acima são distribuídos na área de interesse.
No caso, você pode utilizar pontos de controle naturais ou artificiais. Porém, dê preferência a utilização de pontos de controle artificiais. Isso porque os mesmos são mais fáceis de ser foto identificáveis.
Em seguida, os mesmos são rastreados com a utilização de receptores GNSS.
Etapa 3 de um mapeamento aerofotogramétrico – Voo aerofotogramétrico à campo
Nesta etapa, você irá realizar o voo em si. O mesmo normalmente é realizado no mesmo dia da locação e levantamento dos pontos de controle.
Durante o mapeamento com drone, é importante que ainda no escritório, você verifique se as baterias do drone estão carregadas. Ao chegar a campo, também é importante analisar as reais condições climáticas e possíveis condições que fogem do planejado de voo.
Etapa 4 de um levantamento aerofotogramétrico – Acompanhamento do voo
É importante que você acompanhe enquanto o drone realiza o voo no modo automático. Você deve cuidar os seguintes parâmetros de voo:
- Altitude;
- Velocidade da aeronave;
- Velocidade do vento; e
- Estabilidade para assegurar a qualidade das fotos.
Vale ressaltar que caso haja algum imprevisto durante o voo, você deve cancelar a operação, guiando o drone para o ponto de pouso planejado.
Etapa 5 de um levantamento aerofotogramétrico – Georreferenciamento das imagens
O resultado do voo aerofotogramétrico está diretamente relacionado com a qualidade da câmera utilizada e com a acurácia dos pontos de controle.
Desta maneira, não adianta utilizar uma câmera mais ruim ou pontos de controle com uma pior acurácia e, querer que os dados fiquem com uma ótima acurácia.
Lembre-se a qualidade do produto final está diretamente relacionada a qualidade dos dados de entrada. Ou seja, se entra lixo, sai lixo.
Por causa disso, utilize um bom drone com uma câmera profissional e pontos de apoio rastreados com um receptor GNSS.
Lembrando que atualmente alguns drones já possuem embarcado o sistema RTK/PPK, que faz as correções dos dados coletados pelo GPS em tempo real (ou após o voo) com a precisão de centímetros.
Etapa 6 de um mapeamento aerofotogramétrico – Ortorretificação dos dados
Nesta etapa, os erros devido ao desvio do drone ou avião da vertical são corrigidas, de certa maneira que a foto fica perfeitamente na vertical.
Estes erros normalmente são devido aos 3 desvios que o drone ou avião sofre. São eles:
- Pitch;
- Roll; e
- Yaw.
Etapa 7 de um levantamento aerofotogramétrico – Processamento das imagens
Nesta etapa, os diferentes produtos são gerados. Isso porque dependendo da câmera ou sensor utilizado, além de plantas e mapas uma série de outros produtos podem ser gerados.
Como exemplos temos:
- Ortorretificação e mosaicagem de imagens;
- Geração de Modelos Digitais de Superfície;
- Álgebra de imagens e geração de índices (NDVI);
- Filtragem e geração de Modelos Digitais de Terreno;
- Segmentação e classificação automática de imagens;
- Entre outros produtos.
Aplicações dos drones
Existe uma ampla gama de aplicações. Entre as principais temos:
- Mapeamento geológico;
- Acompanhamento e inspeção de obras de engenharia civil;
- Agricultura de precisão;
- Arqueologia;
- Monitoramento ambiental e de acidentes e;
- Fins militares.
Mapeamento aerofotogramétrico – Softwares que fazem o tratamento de dados de drones?
Atualmente os principais softwares existentes no mercado são:
Aerofotogramétrico – Legislação a respeito do uso de drones
Os Drones, hoje, são regulamentados por três órgãos. São eles: ANATEL, ANAC e DECEA.
ANATEL
A ANATEL exerce papel regulativo sobre dispositivos e equipamentos que emitam ou funcionem a base de radiofrequência.
Desta maneira, os drones obrigatoriamente precisam ser homologados (o rádio e a aeronave) pela Agência Nacional de Telecomunicações.
Confira o comunicado oficial do órgão aqui.
ANAC
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é quem realmente dita as regras do jogo.
A mesma lançou em Maio de 2017 a regulamentação dos Drones (RBAC-94) para uso do espaço aéreo brasileiro. Clique aqui, para baixar o documento oficial.
Produtos oriundos do mapeamento aerofotogramétrico
Os principais produtos oriundos de um levantamento aerofotogramétrico são:
Neste artigo eu explico o que é cada um destes diferentes produtos fotogramétricos.
Utilização de drones no georreferenciamento de imóveis rurais
Infelizmente este é um tema complexo. Caso você deseja saber mais a respeito do mesmo, eu produzi este artigo no qual abordo a temática.
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