Ortorretificação: o que é e como funciona?

Publicado por Adenilson Giovanini em

O processo de ortorretificação é utilizado para a correção de imageamentos. O mesmo é necessário porque durante o voo as aeronaves e drones sofrem uma série de desvios conhecidos pelos nomes de Pitch, Row e Yam.

Attitude-Drone-Pitch-Roll-Yaw

 

ortorretificação Roll_Pitch_Yaw

 

Com isso, o sensor ao imagear não está perfeitamente na vertical. Sendo que o que a ortorretificação faz nada mais é do que corrigir a imagem, colocando a mesma na posição correta, como se tivesse sido imageada perfeitamente na vertical.

Esta etapa é essencial ao trabalhar-se com imagens de diferentes fontes, como, satélites, aviões e drones, melhorando significativamente a acurácia dos dados.

Isso sem falar que além de corrigir as distorções internas (do sistema), o processo de ortorretificação também corrige as distorções externas (da paisagem), corrigindo a influência de vales e morros na geometria das imagens.

Com isso, imagens ortorretificadas são produtos de maior qualidade cartográfica, possuindo medidas de distâncias, áreas e direções mais precisas.

Naturalmente, é impossível remover-se todas as distorções geométricas de uma imagem. Isso porque o próprio processo de imageamento faz com que peguemos dados que são curvos (superfície topográfica) e projetemos para o plano (folha de papel ou tela do computador).

 

Como funciona o processo de ortorretificação?

ortorretificação de imagens

O processo de ortorretificação exige que primeiramente as imagens sejam georreferenciadas. Para isso, o aconselhável é que se vá a campo e obtenha-se uma série de pontos de controle espacializados de maneira uniforme.

Uma vez que as imagens estejam georreferenciadas, o próximo passo é ortorretificar as mesmas.

Para isso são necessários pelo menos 3 ingredientes:

1 – Uma imagem raster com um modelo digital de elevação retratando a topografia do local cujas imagens serão ortorretificadas.

No caso, com o objetivo de obter-se uma melhor acurácia deve ser utilizado um Modelo Digital do Terreno (MDT), ou seja, um modelo digital de terreno e não um MDE (modelo digital de elevação), o que significa que a vegetação e as edificações foram removidas.

Naturalmente, caso não possua um MDT, você pode utilizar um MDE, porém saiba que os dados ortorretificas terão sua acurácia prejudicada pela presença de prédios e de vegetação.

2 – Os Coeficientes Polinomiais Racionais (RPCs) ou parâmetros orbitais, que foram fornecidos pela estação juntamente com a imagem bruta.

No caso, os mesmos retratam especificamente a atitude do sensor com relação a superfície da terra no exato momento em que a imagem foi gerada.

3 – Pontos de controle obtidos a campo com receptores GNSS. Os mesmos devem serem pontos na imagem de fácil localização a campo.

No caso do uso de drones, o aconselhável é a distribuição de uma série de alvos no chão e o rastreamento dos mesmos com um receptor GNSS.

Naturalmente, quanto mais pontos de controle forem utilizados melhor será o resultado final. Por exemplo, para o georreferenciamento de imóveis rurais o INCRA exige a utilização de pelo menos 20 pontos de controle.

Isso sem falar que quanto melhor for a acurácia do MDE e dos pontos de controle utilizados, melhor será o resultado final obtido no processo de orrtorretificação.

Logo, capriche utilizando receptores GNSS e métodos de obtenção de dados que possibilitem uma ótima acurácia.

 

Métodos utilizados para a ortorretificação de imagens

métodos utilizados na ortorretificação de imagens

Existem 2 métodos que podem serem utilizados na retificação de imagens. São eles:

  • Método analítico;
  • Método baseado em modelos físicos.

Vamos entender melhor cada um dos métodos.

 

Método analítico

O método analítico não se preocupa com as especificidades e com a geometria dos dados coletados, utilizando somente os coeficientes polinomiais racionais no processo de retificação.

Com isso, a ortorretificação torna-se mais rápida e mais simples, porém a acurácia do resultado final não fica tão boa.

 

Ortorretificação baseada em modelos físicos

Este método leva em consideração inúmeros fatores que influenciam o resultado no momento do imageamento. Informações como, por exemplo:

  • A posição exata do satélite no espaço no momento do imageamento;
  • As características eletrônicas e óticas do sistema e;
  • Os efeitos atmosféricos.

Naturalmente, ao levar em consideração todos estes fatores, este método possibilita a geração de resultados mais precisos, porém, a melhora é mínima e talvez não justifica o trabalho e a dificuldade adicionais.

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Adenilson Giovanini

O Professor Adenilson Giovanini é especialista em Topografia Cadastral e Georreferenciamento de Imóveis Rurais. O mesmo possui o Maior Site de Engenharia de Agrimensura do Brasil. Site este que tem mais de 102.000 visualizações por mês. Também possui mais de 600 vídeos em seu canal no youtube. Além disso, é escritor Best Seller, possuindo vários cursos e livros de sucesso.