IBGE RBMC, você acabou de colocar suas 2 mãos em um artigo definitivo a respeito do tema. Com a leitura do mesmo você irá aprender:
- O que é a IBGE RBMC;
- Como funciona a integração IBGE RBMC e RIBaC;
- Quais as estações ativas;
- Para que a Rede de Monitoramento Continuo do IBGE serve;
- Como fazer o download de relatórios e dados;
- O que é a compactação hatanaka e;
- O que é o formato rinex 3.
Vou abrir meu baú do tesouro. Prossiga a leitura com máxima atenção.
O que é a IBGE RBMC
A IBGE RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo) é um conjunto receptores GNSS, também chamados de estações de referência, que possuem alta capacidade para rastrear satélites de forma contínua.
Os receptores da IBGE RBMC possuem alta precisão e alto desempenho, sendo que suas observações para a determinação de coordenadas são disponibilizadas em arquivos diários ou em tempo real.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), juntamente com seu departamento de Geodésia, estabeleceu a IBGE RBMC em 1996, sendo que desde então esta rede de receptores rastreia diariamente os dados de uma série de estações.
Dados estes que são utilizados em uma série de diferentes aplicações em todo território brasileiro. Por exemplo, no Georreferenciamento de Imóveis Rurais, na fotogrametria, na atualização cartográfica e no controle de qualidade posicional.
A IBGE RBMC sofreu uma revolução com a utilização da tecnologia GNSS, onde as atividades relacionadas a navegação e posicionamento passaram a ser realizadas de forma mais rápida, precisa e econômica.
Conforme as técnicas de posicionamento evoluem, o papel da Rede de Monitoramento Continuo do IBGE se torna cada vez mais importante.
Integração IBGE RBMC e RIBaC
O IBGE, em parceria com o Incra, está trabalhando no plano de expansão e modernização da RBMC e da Rede Incra de Bases Comunitárias (RIBaC).
O primeiro passo do plano foi dotar a IBGE RBMC de uma infra-estrutura adequada para a coleta de dados dos sistemas GPS, Glonass e Galileo.
Estações da IBGE RBMC
Além dos receptores GNSS, que coletam e armazenam continuamente as informações, as estações de referência possuem antenas e sistemas de fornecimento de energia elétrica.
Por exemplo, na imagem abaixo, você pode ver a estação instalada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em Pelotas, no RS.
Cada estação da IBGE RBMC possui um receptor e uma antena geodésica, conexão com internet e fornecimento contínuo de energia. Veja abaixo uma imagem da estação existente em Ourinhos, SP.
No caso, ambas as estações são novas, resultantes do plano de expansão e modernização da rede de monitoramento continuo do IBGE.
Algumas das estações operam em tempo real, através do serviço IBGE RBMC-IP. Este serviço, disponibilizado pelo IBGE, atende os usuários que fazem uso da técnica RTK.
Os receptores também foram atualizados, sendo que as estações possuem receptores configurados para rastrear as constelações GPS, GLONASS, Galileo e Beidou.
As coordenadas das estações são determinadas com alta precisão e estão no Datum SIRGAS2000 – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas.
As estações são materializadas através de pinos de centragem forçada, cravados em pilares estáveis.
Para que serve a IBGE RBMC?
A IBGE RBMC possui um importante papel nas atividades e aplicações geodésicas e topográficas do país, sendo a principal rede ativa do Brasil.
Suas estações disponibilizam gratuitamente aos usuários observações de grande confiabilidade e qualidade.
Totalmente automatizadas, as mesmas permitem que as observações permaneçam organizadas na memória do receptor, armazenadas em arquivos diários.
Arquivos estes que podem serem baixados pela internet em até 24 horas após a data de observação.
Como todas as estações da IBGE RBMC estão em SIRGAS 2000, as mesmas desempenham o papel do ponto de coordenadas conhecidas do SGB – Sistema Geodésico Brasileiro.
Isso possibilita que os usuários realizem transportes de coordenadas por meio de posicionamento relativo (pós-processamento de dados) ou trabalhem com RTK via NTRIP/Internet. Além de referenciar todos os levantamentos ao Sistema Geodésico Brasileiro.
Download de relatórios e dados da IBGE RBMC
http://www.bdg.ibge.gov.br/appbdg/
Na página do link acima, na opção camadas, é só você selecionar a opção IBGE RBMC que as estações ativas serão mostradas.
É só você utilizar a guia de pesquisa para digitar a estação da qual deseja obter dados, pesquisar e clicar na mesma.
Ao fazer isso, uma janela popup irá se abrir.
Na mesma é só você clicar sobre o link “Relatório de Informação de Estação IBGE RBMC”, que o download do relatório será feito.
Para baixar dados da IBGE RBMC é só você acessar o link abaixo:
Download de dados da rede de monitoramento continuo do IBGE
Compactação hatanaka
Com o passar do tempo, o número de constelações e satélites rastreados aumentou. Isso fez com que os arquivos se tornassem excessivamente grandes.
A solução encontrada foi compactar o arquivo de observações, de certa maneira que o mesmo ficasse mais leve.
O algoritmo de compressão escolhido pelos profissionais do IBGE foi o HATANAKA. O mesmo foi desenvolvido pelo pesquisador japonês Yuki Hatanaka, do Geospatial Information Authority of Japan (GSI).
A estratégia de compactação do arquivo HATANAKA consiste em aglutinar informações redundantes e, com isso, permitir uma redução significativa do tamanho do arquivo.
Vale salientar que com as novas constelações GNSS, com a adição de novas observáveis implementadas e com a modernização dos sistemas os arquivos de observações aumentaram consideravelmente de tamanho.
Dessa forma, as principais vantagens de se utilizar a compactação Hatanaka são:
- Economia de espaço nos dispositivos de armazenamento;
- Ganho de desempenho nas transferências (download);
- Possibilidade de uma maior série histórica de dados on-line.
Para realizar a descompressão do arquivo, deve-se realizar o download do programa CRX2RNX na página do GSI (http://terras.gsi.go.jp/ja/crx2rnx.html).
Formato rinex 3
O formato RINEX3 suporta todos os sinais das constelações GPS, GLONASS, Galileo, BeiDou, IRNSS, QZSS e SBAS.
Portanto, as estações da IBGE RBMC que rastreiam constelações além do GPS e GLONASS, chamadas de multiconstelação, também tem seus dados publicados no formato RINEX 3.
O arquivo de navegação é publicado separadamente no diretório /ano/orbitas/.
A nomenclatura dos arquivos segue a estrutura universal, descrita abaixo:
XXXX00BRA_R_AAAADDDHHMM_01D_15S_MO.crx.gz
Onde:
XXXX00BRA – Nome da estação, tipo de estação e código do país;
R – Arquivo gerado por um receptor GNSS;
AAAADDD0000 – Ano, dia do ano, hora e minuto;
15S – Intervalo de rastreio;
MO – Indica que o arquivo é de observações;
crx – Compressão Hatanaka;
gz – Gzip.
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