Variáveis Visuais: O Que São?

Publicado por Adenilson Giovanini em

Variáveis visuais, você acabou de colocar suas 2 mãos em um artigo definitivo sobre o tema. Com a leitura do mesmo você aprenderá:

  • O que é a semiologia gráfica;
  • O que são as variáveis visuais;
  • Quais as 8 variáveis visuais existentes;
  • Quais os níveis de organização das variáveis visuais;
  • As variáveis visuais segundo os tipos de implantação e os níveis de organização e;
  • o que é a modelização gráfica ou coremática.

Prossiga a leitura com máxima atenção.

 

O que é a semiologia gráfica

semiologia gráfica

A semiologia gráfica pode ser compreendida como um conjunto de diretrizes que orientam a elaboração de mapas temáticos com o uso de símbolos caracterizadores da informação (Archela, R. S., 2001).

A mesma surgiu na França, entre 1960-1967, um período de reflexões e experimentações para a construção desta linguagem.

 

O que são as variáveis visuais

orgem da semiologia gráfica

Foi através da análise sistemática de muitas representações e imagens, que Jacques Bertin pode definir as variáveis visuais e estruturar as primeiras regras de construção da imagem gráfica.

Os primeiros resultados foram divulgados em sua obra Sémiologie Graphique em 1967. Na mesma Bertin define a representação gráfica como:

A representação gráfica constitui um dos sistemas de signos básicos concebidos pela mente humana para armazenar, entender e comunicar informações essenciais. Como uma “linguagem” para o olho, a representação gráfica beneficia por suas características ubíquas de percepção visual. Como um sistema monossêmico, ela forma a porção racional do mundo da imagem.

O período entre 1968-1985, pode ser considerado como o segundo momento da semiologia gráfica. Isso porque neste período ocorreu o desenvolvimento e a divulgação dos tratamentos gráficos.

Um ocorrido importante nesta época foi Bertin reeditar a obra Sémiologie Graphique em 1973 e lançar La graphique et le traitement graphique de l’information em 1977.

Ao escrever sobre a representação gráfica como um sistema visual, Bertin afirma que para a leitura de uma tabela de dados são necessários diversos momentos de apreensão da informação.

Porém, se os mesmos dados forem representados graficamente, a sua análise requer somente um instante de percepção, o que facilita a comparação.

Desta maneira, na representação gráfica é possível apreender de uma só vez três variáveis, sejam elas as duas dimensões do plano e a variação de símbolo.

A representação gráfica também permite analises mais completas através da visualização dos dados, seja considerando um só componente ou o conjunto de componentes representados em uma mesma construção gráfica.

 

As 8 variáveis visuais existentes

variáveis visuais Berting

Bertin define oito variáveis visuais:

  • As duas dimensões do plano (que no caso dos mapas operam como uma só variável visual);
  • Tamanho;
  • Valor;
  • Granulação;
  • Cor;
  • Orientação e
  • Forma.

variaveis visuais - Bertin

Essas variáveis, quando empregadas no plano, podem apresentar três tipos de implantação: ponto, linha e área.

As outras seis variáveis visuais (tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma) são nomeadas variáveis retínicas e sua utilização chamada de elevação, pois elas são responsáveis pela representação de informações impossíveis somente com as duas dimensões do plano. (BERTIN, 1983 [1962]).

 

Níveis de organização das variáveis visuais

as variáveis visuais permitem distinguir, quantificar, ordenar e mostrar ligações

 

Os níveis de organização das variáveis visuais são seletivo, associativo, ordenado e quantitativo. (BERTIN, 1983 [1962]).

Uma variável é SELETIVA (?) quando nos permite imediatamente isolar todas as correspondências pertencentes à mesma categoria (desta variável).

Essas correspondências formam “uma família”:

  • A família dos signos vermelhos, aquela dos signos verdes;
  • A família dos signos claros, aquela dos signos escuros;
  • A família dos signos da direita, aquela dos signos da esquerda do plano.

Uma variável é ASSOCIATIVA (=) quando permite agrupamento imediato de todas as correspondências diferenciadas por esta variável.

Essas correspondências são percebidas “todas as categorias combinadas”. Quadrados, triângulos e círculos que são pretos e do mesmo tamanho podem ser vistos como signos semelhantes.

“Forma” é associativa. Círculos brancos, cinzas ou pretos do mesmo tamanho não serão vistos como similares. “Valor” não é associativo. Uma variável não associativa será nomeada dissociativa ( ).

Uma variável é ORDENADA (O) quando a classificação visual de suas categorias, de suas etapas, é imediata e universal.

Um cinza é percebido como intermediário entre o branco e o preto, um tamanho médio é intermediário entre um pequeno e um grande;

O mesmo não é verdadeiro para um azul, um verde e um vermelho, os quais, em um mesmo valor, não produzem imediatamente uma ordem.

Uma variável é QUANTITATIVA (Q) quando a distância visual entre duas categorias de um componente ordenado pode ser imediatamente expressa por uma relação numérica.

Um comprimento é percebido como igual a três vezes um outro comprimento; uma área é quatro vezes outra área.

Note que a percepção quantitativa visual não tem a mesma precisão das medidas numéricas (se tivesse, os números, sem dúvida, não teriam sido inventados).

Contudo, frente a dois comprimentos em uma relação aproximada de 1 para 4, sem auxílio algum, a percepção visual nos permite afirmar que a relação não significa nem 1/2 nem 1/10.

A percepção quantitativa é baseada na presença de uma unidade que pode ser comparada com todas as categorias na variável. Não permitindo o branco o estabelecimento de uma unidade de medida para o cinza ou preto, relacionamentos quantitativos não podem ser traduzidos por variação de valor. Valor pode somente traduzir uma ordem. (BERTIN, 1983 [1962], p.48).

 

Variáveis visuais segundo os tipos de implantação e os níveis de organização

variáveis visuais segundo os tipos de implantação e os níveis de organização

A figura abaixo apresenta as variáveis visuais segundo os tipos de implantação e os níveis de organização.

Destacando que na elaboração de mapas as duas dimensões do plano são comprometidas com a base cartográfica, por isso os demais componentes são todos representados pelas variáveis retínicas.

 

variaveis visuais

 

Modelização gráfica ou coremática

O espaço geográfico é formado por um conjunto de coremas em composição. Essas composições de coremas são as mais variadas, porém Brunet percebeu que algumas são recorrentes e deu a elas o nome de corotipos (chorotypes).

 

coremas

 

Variáveis visuais – Modelos gráficos

Modelos elementares do Brasil

 

Segundo Théry (2004) a construção de modelos gráficos é a busca das estruturas fundamentais do espaço e das lógicas que deram origem à sua configuração, sendo a escala de trabalho um fator indiferente nesta abordagem.

Para que um modelo gráfico seja eficiente ele deve “dar conta das localizações, das configurações espaciais observadas, de justificar, pelo jogo das interações, combinações e de algumas contingências locais, todas as irregularidades e deformações que aparecem.” (THÉRY, 2004, p.181).

Para Ferras (1993) a modelização depende de cinco habilidades:

  1. A escolha de elementos significativos na complexidade do real;
  2. Evidenciá-los e relacioná-los;
  3. Domínio dos procedimentos técnicos;
  4. Proposição de um todo coerente e lógico;
  5. Uma generalização para comparações possíveis.

Créditos: Este post sobre semiologia gráfica se baseou no artigo “Contribuições da Semiologia Gráfica para a Cartografia Brasileira” de autoria de Rosely Sampaio Archela, sendo um resumo do mesmo.

Aprenda mais a respeito da produção de mapas temáticos

produção de mapas temáticos

Eu possuo diversos outros artigos aqui no blog a respeito do tema. Separei 3 deles para você. Seguem os links de acesso aos mesmos:

> Mapa Uso e Ocupação do Solo: que é e quais os tipos existentes…

> Mapas hipsométricos: O Que São e Como Produzir…

> Criar mapa: você comete estes 2 erros…

É isso por este artigo. Lembrando que eu também possuo uma série de cursos práticos e de livros.

Se você quer MERGULHAR FUNDO e aprender a prestar serviços com grande velocidade e com segurança, acesse este link e conheça os mesmos.

Entre eles, o Curso de Confecção de Plantas Topográficas. Um curso prático com o qual você vai aprender a produzir as 15 diferentes plantas produzidas em um escritório de topografia.

Clique neste link e conheça melhor o mesmo.

Gratidão por você ter lido o artigo. 🙏

 

 

Domine a Topografia Cadastral através de um livro formado por centenas de exemplos práticos

livro de topografia e georreferenciamento

Você quer dominar a Topografia Cadastral?

Então eu tenho uma ótima noticia para você. Me refiro ao livro Topografia Cadastral e Georreferenciamento de Imóveis Rurais na Prática.

O mesmo é dividido em 10 capítulos recheados com muitos estudos de caso e exemplos práticos. Dê uma espiadinha no sumário do mesmo:

 

 

Para conhecer melhor a estrutura do livro, juntar-se a mais de 800 profissionais e adquirir sua cópia é só clicar no botão abaixo:

 

 

 

 

 

 


Adenilson Giovanini

O Professor Adenilson Giovanini é especialista em Topografia Cadastral e Georreferenciamento de Imóveis Rurais. O mesmo possui o Maior Site de Engenharia de Agrimensura do Brasil. Site este que tem mais de 102.000 visualizações por mês. Também possui mais de 600 vídeos em seu canal no youtube. Além disso, é escritor Best Seller, possuindo vários cursos e livros de sucesso.