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CBERS 4 e CBERS 4a?

CBERS 4 e CBERS 4a, você acabou de colocar suas 2 mãos em um artigo definitivo a respeito destes satélites.

Com a leitura do mesmo você aprenderá:

Isso que você aprenderá com a leitura deste artigo.

 

Satélites CBERS 4 e CBERS 4a – O que é o programa CBERS

O satélite CBERS (China-Brazil Earth-Resources Satellite – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), é um programa de cooperação tecnológica entre China e Brasil para a produção de uma série satélites de observação da Terra.

 

História do programa CBERS

Até a década de 1980, as únicas imagens orbitais utilizadas pelo Brasil eram as fornecidas por outros países. Ou seja, o Brasil era dependente de outros países.

Buscando mudar esta situação, o Brasil criou o programa de satélites da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). Porém, o problema era que o Brasil não possuía conhecimentos no que se refere a construção de satélites e de foguetes.

Ou seja, era necessário fazer parceria com um país que dominasse esta tecnologia.

Foi então que o Brasil encontrou na China um forte aliado.

Isso porque enquanto o Brasil já possuía familiaridade com a alta tecnologia e um parque industrial mais moderno, a China possuía experiência tanto na construção de satélites, quanto na construção de foguetes lançadores.

Com isso, no dia 6 de julho de 1988, foi assinado um acordo de parceria envolvendo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a CAST (China Academy of Space Technology) para o desenvolvimento de um programa de construção de dois satélites avançados de sensoriamento remoto, denominado Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite).

O investimento realizado foi superior a US$ 300 milhões, com responsabilidades divididas (30% brasileiro e 70% chinês), com a intenção de implementar um sistema completo de sensoriamento remoto de nível internacional.

Antes da assinatura desse acordo, a China já trabalhava num programa de satélites de sensoriamento remoto, conhecido como Ziyuan ou simplesmente ZY, significando “recurso” em chinês.

 

Aplicações das imagens CBERS

Fonte da imagem: http://www.cbers.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=5003

As imagens CBERS são utilizadas no Brasil por empresas privadas e instituições como Ibama, Incra, Petrobras, Aneel, Embrapa e secretarias de Fazenda e Meio Ambiente.

Desde 2001 foi estabelecida uma política de distribuição gratuita das imagens para todos os usuários brasileiros, sendo que desde então mais de 15.000 usuários de mais de 1.500 instituições cadastrados como usuários ativos do satélite CBERS.

Mais de 300.000 imagens desta série de satélites já foram distribuídas, à razão aproximada de 250 por dia entre órgãos públicos, universidades, instituições, centros de pesquisa e ONGs.

 

Satélites CBERS 4 e CBERS 4a – Quais são os satélites de primeira geração

Os satélites de primeira geração (satélite CBERS-1, 2 e 2B) foram lançados entre 1999 e 2007, tendo a icônica forma de um paralelepípedo de 1,8 m x 2,0 m x 2,2 m, com um painel solar de 6,3 m de comprimento, fixado em uma das suas faces.

Possuíam uma fonte de alimentação de 1.100 Watts armazenados em duas baterias de Níquel-Cádmio de 30 A-h.

A massa dos mesmos era de 1.450 kg, sendo que eles eram estabilizados nos três eixos por 16 pequenos motores de 1 Newton e mais 2 motores de 20 Newtons, movidos a hidrazina.

Cada um destes 3 satélites teve uma vida útil estimada de dois anos.

 

Satélite CBERS 1, 2 e 3

Os satélites CBERS-1 e 2 são idênticos em sua constituição técnica, missão no espaço e em suas cargas úteis, sendo que além de atender às necessidades dos dois países, visam permitir o ingresso de ambos no emergente mercado de imagens de satélites.

Mercado este até então dominado pelos países que integram o bloco das nações desenvolvidas.

Com a proximidade do fim da vida útil do satélite CBERS-2, em 2004 foi decidida a construção do satélite CBERS 2B, o qual foi lançado em 2007.

O mesmo mesmo operou até o começo de 2010.

Já o satélite CBERS 3 não obteve sucesso em seu lançamento.

 

 

Satélite CBERS 4

O satélite CBERS 4 foi lançado no dia 7 de dezembro de 2014 por um foguete Longa Marcha 4B a partir da base espacial de Taiyuan.

Apesar da vida útil do mesmo ter sido estimada em 3 anos, na data de produção deste artigo (dezembro de 2019) o mesmo continua operacional e funcionando normalmente.

 

Bandas do satélite CBERS 4

 

Satélite CBERS 4A

O satélite CBERS 04A foi lançado no dia 20/12/2019, à 00:22 (horário de Brasília) pelo foguete Longa Marcha 4B, a partir da base de lançamento de Taiyuan, na China, a 500 km de Pequim.

O satélite CBERS 04A é o sexto desenvolvido em parceria com a China. O mesmo é fruto de um acordo de cooperação tecnológica firmado entre os dois países em 1988.

Brasil e a China dividiram os investimentos na proporção de 50%.

Já o desenvolvimento dos satélites do programa CBERS ficou sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), pelo Brasil, e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST), pela China.

 

Configurações do satélite CBERS 04A

O satélite CBERS 04A possui a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM).

A MUX gera imagens de 16 metros de resolução, com revisitas a cada 31 dias.

A WFI possui resolução de 55 metros, com revisitas a cada 5 dias, enquanto a WPM, conta com resolução de 2 metros em modo pancromático e de 8 metros em RGB (Red-Green-Blue, multiespectral).

Por ter uma altitude/ de órbita mais baixa em relação ao satélite CBERS-4, as imagens geradas pelo satélite CBERS 04A possuem melhor resolução espacial.

Assim como os dados dos demais satélites do Programa, os dados são disponibilizados gratuitamente a partir do catálogo online do INPE.

Seguem informações oriundas da página oficial do INPE a respeito das câmeras e suas características.

 

Câmera Multiespectral (MUX)

A câmera MUX a ser utilizada no CBERS 04A é a mesma usada nos Satélites CBERS 3&4, que apresenta as seguintes características:

Fonte do quadro: INPE

Características complementares da Câmera Multiespectral (MUX):

Embora a câmera MUX a ser usada no CBERS 04A seja a mesma dos satélites CBERS-3&4, a sua resolução passou a ser de 16m no nadir devido a redução da altitude de operação do CBERS 04A.

 

CBERS 4 CBERS 4A – Câmera de Campo Largo (WFI)

Assim como a câmera MUX, a câmera WFI a ser utilizada no CBERS 04A é a mesma usada nos Satélites CBERS 3&4, apresentando as seguintes características:

Características complementares da Câmera de Campo Largo (WFI):

Embora a câmera WFI a ser usada no CBERS 04A seja a mesma dos satélites CBERS-3&4, a sua resolução passou a ser de 55m no nadir devido a redução da altitude do CBERS 04A.

A câmera WFI traz como principal característica sua capacidade de realizar revisitas em um curto período de tempo (até 5 dias), permitindo assim que atividades como monitoramento e vigilância sejam bem executadas. A câmera WFI possui verdadeiro caráter multiespectral e sua resolução passou para 55 metros no nadir, devido a redução da altitude de operação do satélite, sem perder a capacidade de rápida revisita, pois manteve um grande campo de visada.

 

Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura (WPM)

A câmera WPM é a principal carga útil do CBERS 04A e será de fabricação chinesa. Seu objetivo é fornecer imagens com resolução panorâmica de 2m e resolução multiespectral de 8m simultaneamente na órbita do satélite. Suas principais características são:.

 

Sumário das características das Câmeras do CBERS 04A

Característica Câmera WPM Câmera MUX Câmera WFI
Bandas Espectrais 0,45-0,52µm (B)
0,52-0,59µm (G)
0,63-0,69µm (R)
0,77-0,89µm (NIR)
0,45-0,90 µm (PAN)
0,45-0,52µm (B)
0,52-0,59µm (G)
0,63-0,69µm (R)
0,77-0,89µm (NIR)
0,45-0,52µm (B)
0,52-0,59µm (G)
0,63-0,69µm (R)
0,77-0,89µm (NIR)
Resolução 2 m (pancromática)
8 m (multiespectral)
16,5 m 55 m
Largura da Faixa Imageada 92 km 95 km 684 km
Visada Lateral de Espelho não não não
Revisita 31 dias 31 dias 5 dias
Quantização 10 bits 8 bits 10 bits
Taxa de Dados
Bruta
1800.8 Mbps
450.2 Mbps
65 Mbps 50 Mbps

 

 

Satélites CBERS 4 e CBERS 4a – Aplicações do satélite CBERS

A família de satélites de sensoriamento remoto CBERS trouxe significativos avanços científicos ao Brasil.

Suas imagens são usadas para aplicações diversas como, por exemplo:

Além de ser fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como o SIVAM e a ocupação de espaço definitivo em diversos programas ambientais.

 

Aprenda mais sobre sensoriamento remoto

Eu possuo diversos outros artigos sobre o tema aqui no blog. Seguem 3 artigos épicos dos quais acredito que você gostará:

> Índice de Vegetação: Os 4 Mais Utilizados…

> Processamento digital: As 3 Etapas…

> Resolução temporal: o que é….

Espero que o artigo tenha sido útil e relevante para você. Gratidão por você ter lido o mesmo. 🙏

 

 

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