Cartas de Ouro para você ir Diretamente para a Prática, Prestando Serviços de Georreferenciamento Com Grande Velocidade e com Segurança!
Carta 2 de 3:
Obtenção de dados a campo – Estudo de caso prático mostrando passo a passo como você deve proceder!
Não leu a lição 1?
Lição 1 de 3
De: Adenilson Giovanini
Sobradinho – RS
Querida pessoa,
Imagine que são 6 horas da tarde e que você acabou de fazer o rastreamento dos dados do último ponto.
Você está transbordando de felicidade porque deu tudo certo com o levantamento dos dados.
Isso sem falar que a mesma é uma propriedade linda com córregos e cachoeiras, sendo que o dia de trabalho foi muito agradável.
Na realidade, muito mais do que isso, você domina o Georreferenciamento de Imóveis Rurais do inicio ao fim, sendo que todo medo e receio que você possuía a poucos meses atrás simplesmente evaporou.
Imagine isso.
Imagine-se você dominando todos os detalhes e tendo a segurança do conhecimento.
Imagine-se você prestando serviços e ganhando dinheiro.
É isso que o Treinamento Topografia Cadastral na Prática fara por você. Eu digo isso porque mais de 237 profissionais já participaram do mesmo e hoje estão prestando serviços e ganhando dinheiro.
Continuando...
Nos próximos parágrafos desta carta, você aprenderá através de um estudo de caso prático, exatamente como proceder a campo.
O que eu irei compartilhar com você são conhecimentos inéditos, dominados por um seleto grupo de profissionais que vivencia o dia a dia da prestação de serviços de Georreferenciamento.
Veja tudo que você irá aprender com a leitura das próximas linhas desta carta:
- O levantamento dos dados à campo deve ser feito em 1 ou em 2 dias?
- Qual o local ideal do perímetro para a locação de marcos geodésicos?
- Um cuidado que você precisa ter ao locar marcos geodésicos.
- Qual o local ideal para a locação de marcos em trechos de córrego?
- Como proceder quando existir mudança de confrontante em córrego?
- Como proceder quando o confrontante for a barragem de uma hidrelétrica?
E muito mais...
Prossiga com cuidado!
Georreferenciamento de Imóveis Rurais... Exemplo prático mostrando como proceder a campo
Após analisar dezenas de projetos, buscando trazer um exemplo que abordasse o máximo possível de situações, eu percebi que nenhum dos mesmos era tão complexo como eu queria.
Diante disso, decidi criar um exemplo teórico que mostrasse uma série de situações. Para você entender melhor o mesmo, segue uma imagem produzida no Paint mesmo, mostrando o perímetro da propriedade.
Eu sei que a mesma ficou meio feinha. Peço desculpas por isso. 🙂
O importante é que você entenda bem as diferentes situações existentes nesta propriedade.
No caso:
- Os riscos em vermelho indicam mudanças de confrontação;
- O semi-circulo azul existente entre os pontos 3 e 4 indica o barramento de uma usina hidrelétrica;
- A linha azul entre os pontos 4 e 5 indica um córrego;
Os demais limites entre os pontos 5 e 3 indicam limites Artificiais (Cerca de lei).
Naturalmente, eu poderia adicionar outras situações ao nosso estudo de caso, como por exemplo:
- Topo de morro;
- Crista de encosta;
- Grota;
- Muros;
- Estradas;
- Valos;
- Etc.
Porém, preferi fazer um desenho mais simples, até mesmo porque do contrário o mesmo ficaria demasiadamente complexo.
Perceba que na realidade, existem 2 pontos distintos que precisaremos abordar. São eles:
- O procedimento à campo;
- O que a legislação diz a respeito dos diferentes tipos de limites e sobre como proceder.
Tendo como objetivo que a leitura fique fluida e deliciosa, eu irei explicar o procedimento a campo e ao mesmo encaixar a legislação vigente.
Desta maneira, poderei dizer exatamente como que você deve proceder em cada situação apresentada.
Na realidade, o procedimento à campo é demasiadamente extenso. Desta maneira tornasse impossível eu cobrir todas as situações em uma única carta.
Por causa disso, eu irei trazer algumas das duvidas mais comuns, indo realmente a fundo na resposta para as mesmas.
O levantamento dos dados à campo deve ser feito em 1 ou em 2 dias?
Esta é uma das dúvidas mais comuns entre os profissionais que estão iniciando seus estudos de Georreferenciamento de Imóveis Rurais.
Os mesmos não possuem certeza se podem ir em um único dia, ou se precisarão ir 2 dias à campo.
Preste atenção, a verdade é que tanto faz você ir em 1 ou em 2 dias à campo.
Você é que, tendo como base as características da propriedade, irá decidir se fará o levantamento em apenas 1 dia ou se precisará ir 2 dias à campo.
Eu mesmo costumo proceder da seguinte maneira:
- Se a propriedade é pequena, costumo ir somente 1 dia à campo;
- Se a propriedade é grande, de certa maneira que terei dificuldade para fazer o levantamento da mesma em um único dia. Daí sim, divido a realização do serviço em 2 idas à campo.
Perceba que se a propriedade for pequena, você estará perdendo tempo e dinheiro ao ir 2 vezes à campo.
Por outro lado, se a propriedade for grande ou tiver muitas mudanças de ângulo, você não conseguirá fazer os trabalhos à campo em um único dia.
Desta maneira, indico que nestes casos você proceda da seguinte maneira:
No primeiro dia loque o marco de base e deixe o receptor base por pelo menos 4 horas rastreando os dados do mesmo.
Enquanto o mesmo rastreia os dados, você percorre o perímetro da propriedade conhecendo o mesmo e locando os marcos necessários.
A vantagem de proceder desta maneira é que você conhecerá detalhadamente o perímetro da propriedade.
Com isso, no segundo dia, você instala o receptor base sobre a mesma, informa as coordenadas ajustadas e, em seguida, percorre o perímetro da propriedade, rastreando os dados do mesmo com o receptor hover.
Ao proceder desta maneira você não corre o risco de, por exemplo, no segundo dia perceber que a quantidade de marcos que você levou a campo não é suficiente.
Enfim, tenha em mente que tanto faz você ir em apenas 1 ou em 2 dias à campo. A grande diferença está apenas no procedimento que você irá adotar para a correção dos erros.
Correção dos erros em levantamentos realizados em 1 e em 2 dias
Em levantamentos realizados em um único dia, você precisará processar e ajustar os dados da base, utilizando para isso as efemérides rápidas ou precisas.
Posteriormente, após definir a base como fixa, fazer a correção dos vetores formados entre a base e os pontos do perímetro.
Ao fazer o levantamento dos dados em 2 dias, após ter ido a campo no primeiro dia e levantado os dados do marco de base, você irá proceder da seguinte maneira:
Irá processar os dados da base e utilizar as efemérides rápidas ou precisas para o ajustamento da mesma.
À campo, após instalar o receptor de base sobre o respectivo marco, você irá informar os dados ajustados para o mesmo.
Ao proceder desta maneira, o receptor base irá identificar a diferença entre a coordenada processada e a coordenada ajustada que você informou para o mesmo, propagando a correção para o hover.
Ou seja, preste atenção...
Você não precisará posteriormente corrigir os vetores criados entre a base e os pontos do perímetro.
Confesso que eu mesmo seguidamente adoto este procedimento.
Já aconteceu inclusive de no segundo dia termos que esperar até as 9 da manhã pela liberação das efemérides rápidas.
Só então conseguirmos ir à campo fazer o levantamento dos dados do perímetro.
Neste caso, o levantamento que estávamos fazendo era de uma propriedade de 387 ha que ficava a 243 km da sede da empresa.
Ou seja, como havia internet na sede da propriedade, preferimos não nos deslocarmos de volta, fazendo o levantamento dos dados do perímetro no dia seguinte.
Com isso, pousamos na propriedade e após conseguirmos processar e ajustar os dados da base, fizemos o levantamento dos dados do perímetro.
Agora que você entendeu exatamente como proceder quanto ao levantamento dos dados, vamos entender qual procedimento que você deve adotar nas diferentes situações que envolvam a obtenção dos dados do perímetro.
Levantamento dos dados do perímetro... Como proceder nas diferentes situações?
Olhe novamente para o esquema do perímetro da propriedade:
Vamos entender primeiramente como proceder nos pontos 1, 2, 6 e 7.
Nestes pontos, o limite é do tipo artificial. No caso, cerca de lei.
Isso mesmo, preste atenção, os limites se dividem em 2 tipos: artificiais e naturais.
Sendo que o manual técnico de limites e confrontações traz a seguinte tabela na página 18:
No caso, as siglas LA e LN significam Limite Artificial e Limite Natural, respectivamente.
Vamos fazer o seguinte: eu irei lhe mostrar melhor esta tabela na próxima carta. Isso porque na mesma eu irei abordar melhor o assunto.
O importante por enquanto é que você entenda que tiradas raras exceções, sempre que o limite for do tipo artificial, será necessário locar marcos em todas as mudanças de ângulo.
Vamos entender, por exemplo, como que você deve proceder quando o limite for do tipo cerca de lei.
Georreferenciamento de Imóveis Rurais – Obtenção de dados em limites artificiais do tipo cerca
Seguidamente algum profissional me pergunta:
"Professor Adenilson: é preciso mesmo locar marco geodésico no perímetro?"
Eu ouvi falar que não é necessário!
Diante disso, a pergunta que faço para o mesmo é:
“Em que local que você colocará o receptor GNSS quando a propriedade confrontante já tiver sida Georreferenciada? ”
Ou seja, perceba que isso é uma falácia. Que sempre foi e sempre será necessário a locação de marcos no perímetro da propriedade.
Isso porque aos olhos da legislação é o marco que localiza de maneira inequívoca o local no qual uma propriedade termina e a confrontante começa.
Logo, quando o perímetro for do tipo artificial, sempre loque marcos geodésicos no mesmo.
Na realidade, existem algumas situações atípicas.
Por exemplo, faixas de domínios de: estradas, oleodutos, gasodutos, rede de alta tensão etc...
Vamos entender como que você deve proceder nestas situações.
Algumas situações atípicas e como proceder nas mesmas!
No caso de oleodutos, gasodutos e redes de alta tensão, você deve locar um marco geodésico no inicio e outro no fim da fixa de domínio.
Desta maneira, os dados destes 2 vértices serão do tipo M, materializado.
Quanto aos dados intermediários, os mesmos serão do tipo P, pontos.
No caso de estradas, a situação se torna mais complexa. Isso porque existem 2 situações diferenciadas:
Situação 1 – Existe uma cerca de lei com mudanças de ângulo.
Neste caso, eu costumo materializar as mudanças de ângulo com marco geodésico.
Desta maneira, obtenho os dados como do tipo M.
Situação 2 –Não existe cerca de lei no perímetro da estrada.
Nestes casos, você deve obter os dados pelo centro ou pelo perímetro da estrada e fazer o ofsset dos mesmos, respeitando desta maneira, a faixa de domínio.
Na realidade, o tema é bem mais complexo do que isso.
Por exemplo, perceba que existem 2 casos bem específicos:
- Estradas estaduais e federais e;
- Estradas municipais.
Que enquanto estradas estaduais e federais são mapeadas, registradas e possuem legislação vigente a respeito, possuindo faixas de domínio definidas.
O mesmo não acontece com todas as estradas municipais. Infelizmente, mais de 97% dos municípios não possuem nenhuma lei no que se refere as estradas municipais.
Desta maneira, não existe definição da largura correspondente as faixas de rolamento e as faixas de domínio.
Entenda melhor o que estes termos significam através da imagem abaixo:
Resumindo a história, a realidade é que, no caso de estradas municipais, caso o município não possua lei informando a faixa de domínio, você deve obter os dados pelo perímetro da estrada mesmo.
Sobre esta temática, o próprio manual técnico de limites e confrontações, traz a seguinte passagem na página 13:
Cuide o que eu destaquei: o elemento que delimita em campo a faixa de domínio, se houver instrumento jurídico que a defina.
Ou seja, se o município não possuir legislação que defina uma faixa de domínio, o limite da estrada será a própria estrada.
Com isso, perceba que sempre que for prestar serviços em um município diferente, você precisa verificar se o mesmo possui alguma legislação no que se refere a esta temática.
Caso o mesmo não possua, você deve obter os dados pelo perímetro da estrada.
Por outro lado, certa vez eu tive uma séria discussão com um profissional que informou que não respeitava estradas municipais.
Ou seja, que se existisse uma ou mais estradas cortando a propriedade, o mesmo não rastreava os dados da mesma, produzindo um único polígono da propriedade.
Neste caso, perceba que o mesmo está errado porque toda estrada é um bem público.
Isso inclusive é algo universalmente aceito e respeitado.
O próprio código civil no art. 1.199 informa que:
“se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada um exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores”.
Uma outra sacada interessante que você pode aplicar no seu dia a dia é que boa parte das propriedades que confrontam com estradas estaduais e federais possuem cerca em seu perímetro.
Porém, perceba que tal cerca costuma estar a uma distância maior da estrada do que a faixa de domínio da mesma.
Ou seja, nestes casos, você pode fazer o levantamento do perímetro da propriedade pela cerca.
Isso porque a mesma já é o limite materializado e respeitado pelo dono da propriedade.
Se ele que é o maior interessado já reconhece e respeita o limite como sendo neste local, não tem porque você não levar isso em consideração.
Enfim, perceba que são muitos detalhes. Infelizmente eu não terei como mostrar todas as situações nesta carta, pois a mesma ficaria com bem mais de 250 páginas.
Diante disso, buscarei lhe mostrar as situações mais comuns.
No Treinamento Topografia Cadastral na Prática eu vou mais a fundo, mostrando detalhadamente as diferentes situações atípicas.
Um erro cometido por diversos profissionais
Existe um outro procedimento que muitos profissionais adotam que é proibido pela legislação.
Me refiro a colocação de plaquetas em mourões.
Alguns dias atrás mesmo, troquei uns áudios com um profissional, sendo que o mesmo não queria aceitar de jeito nenhum que não podia colocar plaquetas nos mourões.
Naturalmente, seria muito mais comodo e lucrativo se isso fosse permitido, porém infelizmente não é.
Na realidade, perceba que você já cobra caro para fazer o serviço bem feito. Logo, materialize todas as mudanças de ângulo em limites artificiais (construídos pelo homem).
Não se deixe levar pelos profissionais de má índole que só querem saber de ganhar dinheiro.
junte-se ao nosso grupo. Ao grupo de profissionais que são éticos.
Lembre-se cada Geo. que você faz é um filho que você coloca no mundo.
Veja no print abaixo tirado da página 17, o que o manual técnico de limites e confrontações fala a respeito.
Ou seja, reforço, NUNCA, jamais coloque plaquetas em mourões, estacas e palanques.
O local ideal para a locação de marcos geodésicos
Outro sim, perceba que muitos profissionais ficam em dúvida quanto ao local no qual devem locar o marco geodésico.
Isso porque o ideal seria colocar o mesmo bem no vértice, porém o mourão está no mesmo.
Diante disso, o profissional fica meio que sem saber como proceder. Isso porque se o mesmo locar o marco do lado de dentro da propriedade, seu cliente será prejudicado.
Se locar o marco do lado de fora o confrontante será prejudicado.
Diante disso, a posição ideal do marco seria embaixo da cerca, o mais próximo possível do mourão.
O problema é que se locar o marco neste local, a cerca não deixará você colocar o receptor hover no centro da plaqueta, perfeitamente nivelado.
Resumindo a história, a melhor das opções é você locar o marco dentro da propriedade do seu cliente, o mais próximo possível do mourão.
Veja o detalhe na imagem abaixo que tirei de um levantamento que realizei algum tempo atrás.
Perceba que embora esta posição roube um pouco de área da propriedade, normalmente os proprietários rurais não se preocupam com isso, uma vez que esta é uma área que eles não utilizam mesmo.
Por outro lado, locar o marco levemente para dentro da propriedade do confrontante não é uma boa opção, pois você corre o risco do mesmo ficar queixoso.
Na realidade, existe uma terceira opção, porém antes de trazer a mesma para você, preciso lhe dar um alerta.
Um cuidado que você precisa ter ao locar marcos geodésicos
Um cuidado que você precisa tomar na locação de marcos geodésicos é ao cavar buracos perto da cerca, não acertar os arrames da mesma.
Eu sei que talvez você pense que pareça uma dica boba. E fico até sem jeito de lhe contar algo que aconteceu comigo.
Certa vez, eu estava cavando o buraco para a locação do marco e enquanto isso se desenrolou uma conversa animada com o dono da propriedade.
Como estava distraído conversando com o mesmo, quando percebi acertei a pá em cheio no arrame mais de baixo da cerca.
Com isso, a trajetória da pá foi desviada e o cabo da mesma me acertou no queixo.
A partir deste dia passei a tomar mais cuidado. Isso porque poderia ter acertado em um lábio, nariz ou sobrancelha e o estrago seria bem pior.
Uma opção melhor para o local de locação do marco
Uma opção melhor para o local de locação de marcos é, em uma primeira mudança de ângulo você locar o marco levemente para dentro da propriedade que está georreferenciando.
Daí na próxima mudança de ângulo, locar o mesmo levemente para dentro da propriedade do confrontante.
Com isso, será criado um vetor entre os 2 marcos, cuja área estará distribuída entre as 2 propriedades.
Veja o detalhe na imagem abaixo.
Perceba como que esta é uma maneira bem mais justa de se locar marcos geodésicos.
Mesmo assim, confesso que eu normalmente não loco os mesmos desta maneira. Isso porque é mais prático locar os marcos levemente para dentro da propriedade do contratante.
Ao adotar este procedimento eu sei que o confrontante não ficará queixoso comigo e com o dono da propriedade.
Além disso, conforme informei anteriormente, esta é uma área que normalmente não é utilizada, sendo que o dono da propriedade não se importa com esta pequena diferença.
Naturalmente, a situação seria bem diferente se o que você estivesse levantando fosse uma área urbana.
Perceba isso. Que o valor por metro quadrado de lotes urbanos é bem maior. Com isso, cada centímetro passa a ser importante.
Georreferenciamento de imóveis rurais - Locação de marcos em córregos
Uma outra situação que deixa muitos profissionais iniciantes com dúvidas é a locação de marcos na beirada de córregos.
Caso típico do ponto 5 do nosso desenho. Veja novamente o mesmo.
Quando chegam em locais semelhantes a este, muitos profissionais ficam em dúvida.
Isso porque os mesmos não sabem se devem locar o marco dentro do córrego ou em cima do barranco.
A resposta para esta pergunta é bem simples.
O local perfeito para a locação do marco seria dentro do córrego, bem no limite da propriedade.
O problema é que se você locar o marco neste local, corre o risco de na primeira chuva torrencial o mesmo ser levado água abaixo.
Por causa disso, o marco deve ser locado em cima do barranco, em um local seguro, o mais próximo possível do córrego.
Locação de marcos. Como proceder quando existir mudança de confrontante em córrego
Neste caso especifico de mudança de confrontante, você precisa ler cuidadosamente a matricula da propriedade, buscando identificar o que a mesma diz a respeito.
Se a matricula disser que o córrego não é navegável. Ou que a mudança de confrontante é pelo centro do mesmo. Isso significa que é necessário locar um marco na mudança de confrontação.
Este procedimento é comum em córregos de pequeno porte, onde que o mesmo nada mais é do que mais um elemento da topografia, juntamente como as serras e os vales.
Neste caso você deve locar o marco dentro da propriedade do seu cliente, em cima do barranco, o mais próximo possível do córrego.
Eu aconselho que você proceda desta maneira, pois se você locar o marco do outro lado do córrego, dentro da propriedade do confrontante, corre o risco do mesmo ficar queixoso com você ou com o seu cliente.
Bom, você sabe como as pessoas são quanto a isso.
Por exemplo, o meu pai mesmo, até hoje olha com maus olhos e fala de um vizinho que quando reconstruiu uma cerca, fez isso do nosso lado da mesma, avançando mais de 0,5 metro com o limite de sua propriedade.
Enfim, a última coisa que você quer é alguém falando que o topógrafo XYZ fez isso ou aquilo...
Perceba que por causa disso existe uma espécie de regra seguida pelos profissionais, na qual os marcos são locados dentro da primeira das propriedades que foi georreferenciada.
Confrontação com a barragem de uma hidrelétrica. Como proceder?
Esta é uma outra situação na qual os profissionais simplesmente não sabem como proceder.
Muitos acham que devem fazer o levantamento dos dados até a marca d'água. Ou senão, que precisam respeitar a APP da barragem.
Porém, preste atenção, o local pelo qual você deve fazer o levantamento dos dados não é nenhum destes.
Sempre que você tiver como confrontante o reservatório de uma hidrelétrica, o limite será a cota de inundação da mesma.
Inclusive, ao longo do perímetro do reservatório, normalmente existe uma série de marcos definidores da cota de inundação.
Pergunte para seu cliente e para os confrontantes se os mesmos viram algum marco perto do reservatório.
Isso porque provavelmente o mesmo será um dos marcos definidores da cota de inundação.
O mesmo normalmente é um marco similar aos utilizados em processos de Georreferenciamento.
Sendo que na plaquete terá seu número, a logo ou nome da gestora da barragem e a altitude ortométrica.
Caso você não encontre nenhum marco, o procedimento que você deve adotar é entrar em contato com a gestora da hidrelétrica e descobrir qual a cota de inundação da mesma.
Posteriormente é só encontrar esta cota a campo que você terá o limite da propriedade.
Confrontação com barragens. Situação atípica.
Uma situação atípica no que se refere a confrontação com barragens é que em muitos casos o limite não é a cota de inundação e sim o perímetro do imóvel que foi desapropriado.
Ou seja, sempre que o confrontante for a barragem de uma hidrelétrica, o limite da propriedade será uma destas 2 coisas.
- A cota de inundação ou;
- O perímetro da propriedade que foi desapropriada.
Levantamento de dados a campo. Apenas a ponta do icebergue.
Perceba como que você aprendeu bastante com a leitura desta carta.
Por outro lado, provavelmente uma grande quantidade de duvidas estejam alfinetando sua mente.
Não se preocupe, isso é normal.
Infelizmente o Georreferenciamento de Imóveis Rurais possui muitos detalhes. Como eu disse, não tem como mostrar todos os mesmos nesta carta.
Se você quiser ir mais a fundo no assunto, eu recomendo que você adquira o livro Topografia Cadastral e Georreferenciamento de Imóveis Rurais na prática.
Isso porque no mesmo eu coloquei mais de 300 exemplos práticos mostrando como proceder.
Porém, caso o que você deseje seja dominar o Georreferenciamento de Imóveis Rurais do inicio ao fim, entendendo desde como proceder da reunião com o cliente até a entrega do dossiê de documentos para o profissional de registro de imóveis.
Passando pela a utilização dos diferentes softwares e equipamentos, eu recomendo que você adquira o Treinamento Topografia Cadastral na Prática .
Isso porque o mesmo é o mais completo treinamento de Topografia Cadastral e Georreferenciamento de Imóveis Rurais do pais.
Segunda-feira eu irei abrir as matriculas do mesmo.